“Países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém”, diz embaixador
Presidente da conferência reclamou dos altos preços cobrados pela rede hoteleira da capital paraense
O presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, disse nesta quinta-feira, 31, que países têm pressionado o Brasil a transferir a conferência climática da ONU, a COP30, de Belém para outra cidade devido os altos preços cobrados pelas redes hoteleiras.
O evento está previsto para novembro na capital paraense.
“Há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados”, disse Corrêa do Lago, durante encontro realizado pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás).
“Ficou público que países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém”, acrescentou.
Segundo Corrêa do Lago, o setor hoteleiro não percebeu a gravidade da situação.
O negociador africano Richard Muyungi disse à agência Reuters que vários países solicitaram oficialmente a transferência do evento para outra cidade.
“Se na maioria das cidades onde as COPs aconteceram os hotéis começaram a pedir o dobro ou o triplo do valor, no caso de Belém, os hotéis estão pedindo mais de 10 vezes os valores normais”, afirmou.
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Cotação
Como mostramos, entre fevereiro e abril, a Secop30 solicitou orçamento a redes hoteleiras.
Em 3 de abril, o Radisson Hotel Belém encaminhou ao governo a minuta de um contrato com diárias individuais a partir de R$ 15,9 mil, podendo chegar a R$ 19,9 mil.
A proposta previa a reserva de 18 quartos a serem ocupados entre 2 e 24 de novembro. Pelo período de 22 dias, o valor total orçado foi de R$ 7,5 milhões.
Já o hotel Tivoli Maiorana Belém enviou um orçamento para 70 quartos serem ocupados, de 1º a 15 de novembro, com diárias de R$ 25,7 mil. A proposta incluía uma ‘suíte presidencial’ com valor diário de R$ 206,1 mil.
O hotel Ibis Styles Hangar foi a rede hoteleira considerada com os preços mais adequados.
Para 45 quartos, o hotel cobrou R$ 6,5 mil por diária de cada quarta, totalizando R$ 5,9 milhões pelo período.
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Comentários (4)
Fabio B
01.08.2025 07:49Essa cidade é um esgoto a céu aberto, um favelão com IDH nível Africa Subsaariana. A família Barbalho domina a região por gerações, e não a toa, essa capital é a que mais expulsa os nativos em busca de melhores condições de vida.
Jorge Irineu Hosang
31.07.2025 22:50Isso está fora da realidade para qualquer um. Isso é a conhecida mania do Brasileiro que quer se dar bem na base do oportunismo. Locais despreparados para receber estrangeiros, pensam que eles rasgam dinheiro a céu aberto. É uma pena. O Pará necessita captar investimentos e eventos do tipo, mas com esse tipo de sabotagem, seria melhor a Organização do Evento buscar uma forma de mover uma ação por abuso de poder econômico.
Claudemir Silvestre
31.07.2025 21:53Esse é o Brasil … só tem oportunista querendo se dar bem !! Também… pra um país que LULA na presidência … esperar oque ??!!
Eliane ☆
31.07.2025 21:51Têm moradores reclamando de esgoto a ceu aberto. Não tem lógica alguma esses preços exorbitantes.Eu repito:o Pará não tem condição de sediar a COP.