Os tucanos vão se render a Kassab?
“Tivemos uma boa conversa e essa questão da fusão do PSDB com o PSD está avançando bastante”, diz presidente do PSDB em São Paulo
Depois de perder praticamente todas as prefeituras de São Paulo para o PSD, os tucanos parecem resignados a se unir às trincheiras de Gilberto Kassab (à esquerda na foto).
“Tivemos uma boa conversa e essa questão da fusão do PSDB com o PSD está avançando bastante”, disse ao Estadão Paulo Serra, presidente do PSDB em São Paulo. “Nós precisamos crescer e a fusão, incorporação ou federação podem ser alternativas”, completou o ex-prefeito de Santo André.
Presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo confirmou ao jornal as tratativas.
“Há uma divisão em termos de vontade política porque uma corrente quer que o PSDB continue e outros defendem a incorporação ou fusão a um partido maior. Vamos nos debruçar sobre esse tema em fevereiro, a partir da reabertura dos trabalhos do Congresso”, disse o ex-governador de Goiás.
Kassab
“Diante de quadros tão valorosos como os do PSDB, em todo o Brasil, é evidente que o PSD tem interesse especial nessa aproximação, qualquer que seja o modelo”, comentou, também ao Estadão, Kassab, que atua atualmente como secretário de Governo do governo de São Paulo.
O PSDB compõe atualmente federação com o Cidadania e estudava ampliá-la com a adesão do Solidariedade, mas a fusão com o PSD soa como um passo mais seguro para se manter no jogo político. O caminho deve ser definido em março.
O PSD foi o grande vencedor das eleições municipais de 2024, com o maior número de prefeituras conquistadas (885). Já o PSDB, que governou o Brasil por duas vezes com Fernando Henrique Cardoso e comandou São Paulo por quase 30 anos, não passou de 273.
Eduardo Leite
Os tucanos já vinham perdendo quadros para o partido de Kassab antes mesmo da eleição de 2024. O PSD tinha eleito 65 prefeitos em São Paulo em 2020, mas contava 329 em 2023; enquanto o PSDB, que tinha 240 em 2021, amargava apenas 42 àquela altura.
A fusão entre PSD e PSDB poderia levar à candidatura presidencial do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, abortada em 2022 pela tentativa frustrada de João Doria de concorrer ao Palácio do Planalto. Isso dependeria, contudo, do fator Tarcísio de Freitas (Republicanos), tido como o mais forte sucessor de Jair Bolsonaro.
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