Caso Lula vença a corrida a presidencial, o PT promete afastar os militares da política, após o movimento de aproximação que ocorreu no governo de Jair Bolsonaro. O ex-ministro da Defesa e ex-chanceler Celso Amorim (foto), principal conselheiro da campanha petista sobre política externa, disse ao Estadão:

“Não quero general de esquerda, mas legalista e consciente de seu dever.”

Amorim também falou sobre a Comissão Nacional da Verdade (CNV), que gerou atrito entre o Partido dos Trabalhadores e os militares no governo Dilma Rousseff.

“O momento é de normalização. Vivemos um momento da CNV, que foi necessário. Esse momento está superado. Não vamos mexer mais nisso”, disse o ex-ministro

“Em termos de programa, vivemos em uma situação tão anormal agora que é preciso recuperar a normalidade. Essa é a primeira coisa. Despolitizar as Forças Armadas e elas passarem a se dedicar à sua tarefa principal – que eu sei que não é a única –, que é a defesa da Pátria. E isso passa pela modernização das forças”, acrescentou.

Amorim também defendeu a modernização das Forças Armadas, com investimentos em desenvolvimento tecnológico e construção de aviões, embarcações e mísseis nacionais. “Cada vez mais os acordos comerciais vão cercando outros instrumentos de política industrial, mas não os de Defesa. Defesa está fora da OMC (Organização Mundial do Comércio).”