Suspensão de inquérito contra Serra por caixa dois beneficia fundador da Qualicorp
Não foi só o senador José Serra que se livrou das investigações da Lava Jato com as decisões do presidente do STF, Dias Toffoli. Um dos principais beneficiados é o fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, conhecido como Júnior...
Não foi só o senador José Serra que se livrou das investigações da Lava Jato com as decisões do presidente do STF, Dias Toffoli. Um dos principais beneficiados é o fundador da Qualicorp, José Seripieri Filho, conhecido como Júnior.
Ele chegou a ser preso temporariamente por ter participado de um esquema de doação não declarada à campanha de Serra em 2014. Foi solto depois de ouvido pelo juiz do caso.
De acordo com as investigações, Júnior era um dos responsáveis por entrar em contato com outros executivos para pedir doações à campanha de Serra ao Senado.
As informações foram prestadas ao MPF pelo ex-executivo da Qualicorp Elon Gomes de Almeida, que confessou ter feito doações à campanha de Serra. O MP citou nas investigações também o empresário Mino Mattar Mazzeratti e os executivos Rosa Maria Garcia e Arthur Azevedo Filho, que também foram presos temporariamente, mas foram soltos depois de interrogados.
Serra é alvo ainda de inquérito na Justiça Federal, acusado de lavagem de dinheiro. Ele chegou a virar réu nesse caso, mas, diante da liminar de Toffoli de suspender as investigações, o juiz voltou atrás da decisão de receber a denúncia.
A acusação é de que Serra recebeu R$ 4,5 milhões da Odebrecht em contas na Suíça quando era governador de São Paulo. Esse dinheiro seria para favorecer a empreiteira em contratos das obras do Rodoanel, na capital paulista.
Segundo as investigações, o lobista José Amaro Pinto Ramos abriu empresas na Suíça junto com a filha de Serra, Verônica Allende Serra, para receber a propina paga ao hoje senador.
O lobista seria o titular das contas, mas Verônica, a operadora.
Serra só responde por lavagem em referência a movimentações financeiras feitas entre 2010 e 2014, na Suíça. Tudo o que aconteceu antes, segundo o MPF, já prescreveu – por isso ele não é acusado de corrupção e Pinto Ramos não foi denunciado.
Em duas liminares de ontem, Toffoli suspendeu as investigações contra Serra. Segundo o ministro, os mandados de busca apreensão foram amplos demais e poderiam alcançar documentos e mídias relacionados ao mandato parlamentar de Serra, o que só o Supremo poderia fazer.
Nas decisões, Toffoli criticou “a extrema amplitude da ordem de busca e apreensão, cujo objeto abrange computadores e quaisquer outros tipos de meio magnético ou digital de armazenamento de dados, impossibilita, de antemão, a delimitação de documentos e objetos que seriam diretamente ligados desempenho da atividade típica do atual mandato do senador”.
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