A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entrou, definitivamente, no modo pré-campanha para 2026. Nas últimas duas semanas, Michelle intensificou suas aparições públicas por meio de entrevistas e de conversas com a imprensa. E O Antagonista apurou que esse movimento não ocorre por acaso.

Muito pelo contrário. Segundo integrantes do PL com trânsito direto à ex-primeira-dama, esse movimento tem o objetivo de torná-la ainda mais conhecida nacionalmente e para ela que seja vista como a maior liderança feminina no país. Uma liderança que, garantem integrantes do PL, teria condições até de disputar a presidência da República no lugar de Jair Bolsonaro – hoje inelegível.

Mas, mesmo que ela consiga esse cacife, Michelle ainda é vista pelo clã como a terceira opção atrás de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), respectivamente.

As entrevistas de agora são parte de um processo que começou ainda em 2022. Após assumir o PL Mulher, Michelle fez um tour pelo Brasil, auxiliando candidaturas femininas na campanha municipal de 2024. Agora, essas novas aparições fazem parte do que integrantes da sigla chamam de ‘segunda etapa’ do projeto político de Michelle.

Prioridade de Michelle é a disputa pelo Senado, mas…

Sua prioridade é disputar o Senado pelo Distrito Federal. Mas, com Bolsonaro inelegível, integrantes do PL defendem que Michelle esteja apta e pronta para disputar uma campanha presidencial. Esse movimento de maior exposição da ex-primeira-dama tem como idealizador o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sob as bênçãos de Jair Bolsonaro.

Justamente por isso, Michelle vem sendo confrontada com perguntas consideradas incômodas e que seriam alvo do escrutínio da imprensa. A O Antagonista, por exemplo, ela falou sobre a denúncia impetrada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) apontando Jair Bolsonaro como um suposto líder de um plano golpista.

“As ilegalidades cometidas estão sendo escancaradas ao mundo e podem trazer consequências. Meu marido é inocente. Não há e nem haverá nenhuma prova contra ele, porque elas não existem. Tentam justificar tudo em cima de uma delação que, aparentemente, foi obtida na base de ameaças e de práticas que mais parecem uma ‘tortura psicológica ou um pau de arara do século 21’. Eu tenho certeza que a Justiça de Deus virá sobre todos, em especial, sobre os iníquos que estão abusando do poder”, disse Michelle a este portal.

Já para o jornalista Alexandre Garcia, Michelle falou sobre a relação conturbada com Carlos Bolsonaro. “Ele tem o gênio dele, eu tenho o meu. Ele tem a verdade dele, eu tenho a minha verdade. Eu não desejo nenhum mal pra ele, mas ele é uma pessoa que eu não quero conviver”.