Márcio França deixou o Ministério de Portos e Aeroportos a contragosto, como deixou claro em postagem provocativa em suas redes sociais. Preterido pelo governo na tentativa de Lula ampliar sua base no Congresso Nacional, o ex-governador de São Paulo trata agora de pelo menos não assumir um ministério com a palavra “micro” no nome.

Segundo o Estadão, há um dilema sobre como nomear a pasta criada para acomodar o PSB após Silvio Costa Filho (PE), do Republicanos, assumir seu lugar. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República já chamou, em nota, o 38º ministério do governo Lula de Micro e Pequena Empresa. Quando anunciou sua criação, em live na semana passada, Lula falou em “Ministério da Pequena e Média Empresa, das Cooperativas e dos Empreendedores Individuais”.

Na época do anúncio de Lula, o novo ministério era uma solução para acomodar o Centrão em seu governo, mas acabou sobrando para França, que não quer nem saber da palavra “micro”, segundo a reportagem do Estadão. Entre os nomes considerados também estaria Empreendedorismo, Cooperativismo e Economia Criativa, e há quem queira encaixar também um “e Inovação” no final.

Como se a troca de pasta já não fosse constrangimento o bastante para França e o PSB, já existe uma Secretaria da Microempresa e Empresa de Pequeno Porte e do Empreendedorismo (Sempe) na estrutura do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, também do PSB.

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse ao Estadão que “o nome exato sairá na semana que vem, quando fizerem texto da Medida Provisória”. Só então os fiéis aliados socialistas de Lula e ex-governador de São Paulo, que ainda pretende voltar a comandar o Palácio dos Bandeirantes, saberão, enfim, se seu espaço no governo daqui para a frente será micro ou pequeno.