O atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é visto como uma peça fundamental no xadrez da reforma ministerial, que deve ser anunciada até março por Lula.

Emissários de Lira já indicaram ao presidente da República que gostariam de vê-lo em um ministério fim, de entregas. A realocação ideal, para os integrantes do PP, seria o ministério da Saúde: de uma vez só, o Centrão teria uma pasta com um orçamento de 241,61 bilhões de reais em 2025, com capacidade de entrega e que teria uma interlocução direta com deputados e senadores por meio de emendas parlamentares. É o mundo dos sonhos para o Centrão.

Mas essa ideia esbarra no próprio Lula e em parlamentares da base petista que trabalham para realocar o atual ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, na pasta caso Lula resolva entregar a função para o PSD de Gilberto Kassab.

A relação Lira x PSD na reforma ministerial

Diante desse cenário, uma pasta que é apontada como um caminho quase natural para Lira é o ministério da Agricultura, hoje comandado pelo senador licenciado Carlos Fávaro.

O problema, no entanto, é que emissários do presidente do PSD, Gilberto Kassab, já indicaram ao Palácio do Planalto que não gostariam de perder esse ministério, principalmente pela boa interlocução que Fávaro conseguiu com o agronegócio após o governo Jair Bolsonaro. Na visão de alguns integrantes do PSD ouvidos por este portal, seria “um tiro no pé” a troca de Fávaro por Lira.

A opção menos “traumática” ao governo Lula, no entanto, seria entregar o Ministério de Minas e Energia para o atual presidente da Câmara, na visão de alguns aliados de Lula. A pasta é comandada por Alexandre Silveira, nome que, como já revelamos, poderia assumir a Secretaria de Relações Institucionais, cargo de Alexandre Padilha. Nesse arranjo, Padilha seria acomodado no ministério da Saúde e o PSD seria uma peça importante no coração do Palácio do Planalto.

PP não aceita prêmio de consolação

No xadrez da reforma ministerial, há membros do governo Lula que ainda defendem entregar para Lira uma pasta menor, como Portos e Aeroportos. Os integrantes do PP, entretanto, já refutaram a ideia por achá-la menos importante e com pouca penetração junto aos deputados.