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O bilhetinho de Moro para quem apoiava a intervenção militar

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 26.06.2020 11:39 comentários
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O bilhetinho de Moro para quem apoiava a intervenção militar

Na semana passada, Sergio Moro estreou a sua coluna quinzenal na Crusoé. O título é "Honra e Fuzis" e traz a visão de Moro sobre a relação dos militares com a política. Leia um trecho e, ao final, acesse o link para o texto completo (aberto para não assinantes): "O ano era 2016, auge da Operação Lava Jato. Já naquela época começaram a ocorrer manifestações populares de apoio na praça em frente à Justiça Federal em Curitiba. Nunca fui a essas manifestações porque, como juiz, não seria apropriado. Não é soberba, mas necessidade de adotar posturas de prudência e resguardo. Meu gabinete ficava em frente à praça e, por vezes, eu olhava a movimentação pelas frestas das persianas. Em uma dessas espiadas, vi um grupo minoritário carregando uma grande faixa com os dizeres “intervenção militar constitucional já”...

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Redação O Antagonista
3 minutos de leitura 26.06.2020 11:39 comentários 0
O bilhetinho de Moro para quem apoiava a intervenção militar
Foto: Adriano Machado/Crusoé

Na semana passada, Sergio Moro estreou a sua coluna quinzenal na Crusoé. O título é “Honra e Fuzis” e traz a visão de Moro sobre a relação dos militares com a política.

Leia um trecho e, ao final, acesse o link para o texto completo (aberto para não assinantes):

“O ano era 2016, auge da Operação Lava Jato. Já naquela época começaram a ocorrer manifestações populares de apoio na praça em frente à Justiça Federal em Curitiba.

Nunca fui a essas manifestações porque, como juiz, não seria apropriado. Não é soberba, mas necessidade de adotar posturas de prudência e resguardo. Meu gabinete ficava em frente à praça e, por vezes, eu olhava a movimentação pelas frestas das persianas. Em uma dessas espiadas, vi um grupo minoritário carregando uma grande faixa com os dizeres “intervenção militar constitucional já”.

Confesso que aquilo me incomodou. Compreendo a insatisfação de muitos com algumas deficiências da democracia: falta de serviços públicos decentes, corrupção sistêmica, impostos elevados, estagnação econômica, entre outras. Ser, por vezes, forçado, em eleições, a escolher entre candidatos ruins também não é exatamente um sonho democrático. Mas a democracia é o que temos como melhor forma de governo e a única medida a fazer é melhorá-la, não acabar com ela.

Fiquei receoso de que a Operação Lava Jato fosse identificada com alguma pauta antidemocrática. Já não faltavam aqueles que afirmavam, mesmo em 2016, que a Lava Jato representava a criminalização da política, dando à operação um viés autoritário ou jacobino. Na verdade, não entendia e nunca vou entender esse argumento. Os condenados na Lava Jato eram políticos que haviam recebido suborno, ou seja, que haviam praticado crime de corrupção. Não se vislumbra como a punição de políticos corruptos possa ser compreendida como algo radical ou antidemocrático.

Mas “intervenção militar constitucional” era algo totalmente estranho à Lava Jato. Nenhum dos agentes de lei envolvidos tratou desse tema ou defendeu medida dessa espécie.

Na oportunidade, escrevi e enviei um pequeno bilhete solicitando, gentilmente, ao pequeno grupo de manifestantes que recolhesse a faixa em questão, a fim de evitar confusão entre o combate à corrupção dentro de uma democracia e uma proposta estranha a esse propósito. Fui atendido, para minha alegria.”

Leia o artigo completo aqui (aberto para não assinantes).

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