O acordão mostrou a cara
Rosangela Moro, entrevistada por Pedro Bial, disse que intuiu a fritura de seu marido em agosto de 2019. Se você ainda não assinou a Crusoé, leia um trecho da reportagem publicada em 6 de setembro do ano passado, intitulada “o acordão mostra a cara”...
Rosangela Moro, entrevistada por Pedro Bial, disse que intuiu a fritura de seu marido em agosto de 2019.
Se você ainda não assinou a Crusoé, leia um trecho da reportagem publicada em 6 de setembro do ano passado, intitulada “o acordão mostra a cara”:
Sergio Moro, visto pelas cúpulas dos poderes como o símbolo maior da Lava Jato e da máquina que estaria colocando reputações em xeque, passou a ser esvaziado. Inclusive pelo próprio presidente. Se Bolsonaro havia prometido dar a ele o Coaf, sete meses depois ele veria seu indicado para o órgão, Roberto Leonel, ser demitido. Sucessivas declarações de Bolsonaro reforçaram a impressão de que o ministro foi, de repente, levado à berlinda. Nessa toada, a Polícia Federal, subordinada ao Ministério da Justiça, entrou na roda. Primeiro, com indicações do presidente de que pretendia indicar o novo chefe da corporação no Rio. A reação do próprio Moro e da cúpula da PF não foi boa. Bolsonaro achou que sua autoridade estava sendo questionada e, então, passou a cogitar a troca do diretor-geral da polícia, Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro.
Entrou em cena, mais uma vez, um script que vem se repetindo nas últimas semanas. Após tentar mostrar que a relação com Moro estava boa (o presidente o chamou de “patrimônio nacional” em um evento no Planalto na semana passada), as estocadas voltaram. Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ele disse que o ministro chegou “ingênuo” a Brasília e defendeu que a PF precisa de uma “arejada”. Em bom português, disse que a cúpula do órgão, escolhida a dedo por Moro, precisava ser substituída.
A declaração do presidente deixou Moro ainda mais exposto. Na quarta-feira, em uma solenidade no ministério que seria seguida por uma entrevista coletiva, o ministro ficou por poucos minutos. Indagado sobre Valeixo, não respondeu. Em privado, ele também tem se negado sistematicamente a falar sobre o assunto. Quem o conhece diz que ele está enormemente desapontado, e em vias de tomar uma decisão mais radical – só tem dúvidas sobre o momento certo para fazê-lo.
Assine a Crusoé e saiba o que vai acontecer no ano que vem. A propósito: Sergio Moro é nosso colunista.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)