O andamento da PEC da Gastança continua sendo o principal motor do mercado financeiro nacional. Nos últimos dias, o bom humor dos investidores está calcado na esperança de que a proposta seja aprovada com gastos significativamente abaixo dos R$ 198 bilhões previstos inicialmente e com limite inferior a quatro anos para o período de Bolsa Família fora do teto.

Com isso, a curva de juros devolveu parte da alta registrada em novembro durante a última semana de negociações. Para se ter uma ideia do estresse no mercado de juros, os papeis com vencimento em dois anos, que eram negociados com taxas de 11,7% a.a. no fim de outubro, chegaram a oferecer taxas de 13,95% a.a. na máxima de novembro. No fim do mês, os rendimentos desses papéis ficaram 13,03% a.a..

A bolsa de valores também esboçou reação na última semana em função do cenário político interno, mas também em resposta ao avanço das tratativas da China para uma reabertura econômica no oriente, com a flexibilização de medidas da política de Covid Zero. Assim, o Ibovespa encerrou o mês em queda próxima a 3%, após ter alcançado mais de 6% na mínima do período. O grande destaque do índice em novembro foi a Vale que subiu 27,68%, puxada pela melhora no preço do minério de ferro.

Nesta quinta-feira, a agenda econômica traz a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. A expectativa é que o país tenha crescido 0,6% na comparação com o trimestre anterior e 3,7% ano contra ano. No acumulado de quatro trimestres, o mercado espera manutenção do crescimento em 2,6%, mesmo número da leitura anterior.

No exterior, mercados ainda respondem positivamente à fala do presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell, ontem, que reforçou as expectativas de redução no ritmo do ciclo de alta de juros por lá. Além disso, declarações da vice-primeira-ministra chinesa, Sun Chunlan, de que a variante mais recente da Covid seria mais fraca, indicando que as medidas restritivas de combate à pandemia devem ser flexibilizadas em breve.