“Não vejo nossa posição como alinhamento” aos EUA, diz Ernesto Araújo
Ernesto Araújo negou, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que o apoio brasileiro ao chamado "plano de paz" de Trump represente uma adesão à política externa americana. "Não vejo nossa posição como alinhamento a um país ou outro", disse o ministro. "Vejo como apoio a um plano de paz especifico como base de negociação". Para Araújo, o texto apresentado por Trump "contempla a igualdade entre os Estados de maneira realista"...
Ernesto Araújo negou, na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que o apoio brasileiro ao chamado “plano de paz” de Trump represente uma adesão à política externa americana.
“Não vejo nossa posição como alinhamento a um país ou outro”, disse o ministro. “Vejo como apoio a um plano de paz especifico como base de negociação”. Para Araújo, o texto apresentado por Trump “contempla a igualdade entre os Estados de maneira realista”.
O ministro respondeu a um questionamento do senador Esperidião Amin (PP-SC), que disse ter visto na nota do Itamaraty uma “adesão”, sem condicionantes. A nota “saúda” a proposta de Trump como “visão promissora”, “documento realista” e “iniciativa valiosa”.
“Estamos perdendo um ativo internacionalmente reconhecido, que é a capacidade do Brasil para ser mediador”, disse o senador. “Se eu sou o primeiro a me alinhar (…) o que eu ganho com isso? Acho que neste momento o Brasil computou uma perda”.
Amin disse avaliar a proposta de Trump como iniciativa eleitoreira para o presidente dos EUA e Netanyahu, já que os dois “não voltaram a falar do assunto”. E relembrou que o plano foi apresentado sem a presença de um representante palestino, indicando que tinha lado.
Entre outras coisas, o texto de Trump reconhece a soberania de Israel sobre assentamentos construídos na Cisjordânia depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967. Cerca de 600 000 judeus moram nesses assentamentos.
A redação da proposta foi chefiada pelo genro de Trump, Jared Kushner, marido de Ivanka Trump. O texto recebeu críticas dos líderes da Autoridade Nacional Palestina.
No fim de 2010, em um dos últimos atos com Lula oficialmente na Presidência, o Brasil reconheceu a Palestina nas fronteiras pré-1967.
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