Apesar dos esforços para aprimorar a qualidade do ar, muitas cidades chinesas estão falhando em alcançar as metas estabelecidas pelo governo. Este cenário desafiador ocorre no contexto em que a nação asiática busca equilibrar o fortalecimento econômico com a redução de poluentes atmosféricos.

Por que metade das cidades chinesas não alcançou as metas de qualidade do ar?

No último trimestre de 2023, observou-se que metade das cidades alvo do plano de ação para qualidade do ar, lançado em dezembro, não conseguiu atingir os objetivos de redução dos níveis de partículas perigosas, conhecidas como PM2.5. Durante o primeiro trimestre de 2024, 41% das cidades ultrapassaram os limites estipulados. Este plano, focado nas regiões de Pequim-Tianjin-Hebei, Delta do Rio Yangtze e nas províncias nortenhas de Shanxi e Shaanxi, tinha como objetivo central a redução do consumo de carvão.

Contribuição das Condições Meteorológicas e Emissões Industriais

Evidências sugerem que mudanças meteorológicas, incluindo variações de chuva, temperatura do ar, pressão e vento, têm um papel mais significativo na melhoria da poluição do que as mudanças nas emissões. Ainda assim, é crucial reconhecer que as emissões industriais são responsáveis por aproximadamente 62% das emissões de partículas, com destaque para o aumento na produção de energia a carvão, metais não ferrosos e petroquímicos, que têm compensado parcialmente os benefícios das reduções nas produções de cimento e carvão no início de 2024.

Impacto na Saúde Pública

A pesar de os objetivos da China estarem abaixo dos padrões de qualidade do ar recomendados pela Organização Mundial da Saúde, estudos anteriores da CREA indicaram que a atingir essas metas poderia prevenir até 180.000 mortes relacionadas à poluição até 2025. Portanto, as falhas atuais em alcançar as metas são mais do que estatísticas ambientais; representam riscos significativos à saúde pública.