MPF investiga fraude em compra de blindados pela PRF
O volume financeiro das compras de blindados chega a R$ 94 milhões e envolve a empresa Combat Armor Defense do Brasil Ltda
Uma investigação do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro apura possíveis práticas de corrupção e lavagem de dinheiro na compra de veículos blindados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). O volume financeiro dos contratos chega a R$ 94 milhões e envolve a empresa Combat Armor Defense do Brasil Ltda.
A investigação, iniciada em agosto de 2023, busca desvendar uma complexa rede de atividades ilícitas, incluindo fraudes em licitações, corrupção e formação de associação criminosa. A Combat Armor é uma empresa com matriz nos Estados Unidos, cujo proprietário, Daniel Beck, é apoiador do ex-presidente Donald Trump.
O Ministério Público Federal considera preocupante a implicação de agentes públicos e privados nessas práticas ilícitas.
Investigação do TCU
O Tribunal de Contas da União (TCU) também investiga as compras suspeitas dos veículos blindados, após a empresa ter sido citada no relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro do Congresso Nacional.
O MPF convocou uma entrevista coletiva para apresentar formalmente as descobertas e ações subsequentes da investigação. O procurador da República Eduardo Benones está conduzindo o procedimento investigatório.
Já em maio deste ano, o MPF esteve na superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro e flagrou 14 veículos blindados novos inutilizados por inadequações técnicas, o que gerou suspeitas de fraudes nas compras. Além disso, havia indícios de conflito de interesses na confecção do atestado de capacidade técnica apresentado pela Combat Armor.
Relatório da CPMI
O relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito menciona a empresa Combat Armor e seu administrador, Maurício Junot, citando suposto envolvimento do ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques. Há fortes indícios de favorecimento à empresa por agentes da PRF e do Ministério da Justiça, incluindo pagamento de vantagens indevidas.
A empresa fechou as portas no Brasil no primeiro semestre deste ano, logo após a mudança do governo federal, deixando de cumprir contratos firmados com a Polícia Rodoviária Federal e outros órgãos.
Silvinei Vasques, ex-superintendente da PRF, foi preso durante a Operação Constituição Cidadã, que investiga possíveis ações de agentes públicos para interferir no processo eleitoral do segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
Com informações da Agência Brasil
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