O escritor Cícero Sandroni, nome marcante no cenário literário e jornalístico brasileiro, faleceu na última 3°feira, 17, aos 90 anos, no Rio de Janeiro. Sua trajetória foi marcada por uma atuação intensa na imprensa e na Academia Brasileira de Letras (ABL), onde ocupou cargos de destaque e contribuiu para a valorização da cultura nacional. Sandroni deixa um legado de dedicação à literatura, ao jornalismo e à defesa da liberdade de expressão.

Nascido em São Paulo, Sandroni mudou-se ainda jovem para o Rio de Janeiro, onde se formou em jornalismo e administração pública.

Sua carreira começou em meados da década de 1950, e desde então, esteve presente em momentos históricos do país, atuando em importantes veículos de comunicação e participando de movimentos relevantes para a sociedade brasileira.

Com informações da Agência Brasil.

Quem foi o escritor Cícero Sandroni?

Reconhecido por sua atuação como jornalista, escritor e acadêmico, Cícero Sandroni construiu uma carreira sólida ao longo de mais de sete décadas. Iniciou sua trajetória profissional na Tribuna da Imprensa em 1954 e, posteriormente, trabalhou em jornais de grande circulação, como o Correio da Manhã, Jornal do Brasil e O Globo.

Sua presença no meio jornalístico foi marcada pelo compromisso com a informação e pelo respeito à ética profissional.

Além do jornalismo, Sandroni também se destacou como escritor. Entre suas obras, estão títulos como O Diabo Só Chega ao Meio-Dia (1985), Cosme Velho (1999) e O Peixe de Armana (2003).

Junto com sua esposa, Laura Constância Austregésilo de Athayde, escreveu o livro O Século de um liberal, dedicado à vida e obra de Austregésilo de Athayde, um dos grandes pensadores brasileiros e sogro de Sandroni.

Qual a importância de Cícero Sandroni para a Academia Brasileira de Letras?

A trajetória de Sandroni na Academia Brasileira de Letras foi marcada por dedicação e liderança. Eleito em 2003 para a cadeira número 6, sucedendo Raimundo Faoro, Sandroni foi presidente da instituição entre 2007 e 2009.

Durante sua gestão, buscou fortalecer o papel da ABL na promoção da literatura e da cultura nacional, além de incentivar o diálogo entre diferentes gerações de escritores.

Sandroni também participou de momentos históricos na ABL, como a organização de eventos culturais e o incentivo à produção literária. Sua atuação contribuiu para a modernização da instituição e para a aproximação da Academia com a sociedade, tornando-a mais acessível e relevante no cenário cultural brasileiro.

Morreu, nesta terça-feira (17), aos 90 anos, o jornalista e escritor Cícero Sandroni, em sua casa no bairro do Cosme Velho, na Zona Sul do Rio.https://t.co/DbY3KZEhIO

— Berenice Seara (@BereniceSeara) June 17, 2025

Principais contribuições de Cícero Sandroni para o jornalismo e a cultura

Ao longo de sua carreira, Sandroni esteve envolvido em episódios marcantes da história do Brasil. Um dos momentos mais significativos foi sua participação na elaboração do Manifesto dos Mil, em 1976, ao lado de intelectuais como Nélida Piñon, Lygia Fagundes Telles e Hélio Silva. Esse documento foi fundamental para o fim da censura durante o regime militar, representando um marco na luta pela liberdade de expressão.

• Atuação em grandes jornais: Sandroni trabalhou em veículos de destaque, contribuindo para a cobertura de fatos históricos, como a inauguração de Brasília.
• Defesa da liberdade de imprensa: Participou de movimentos que marcaram a história da democracia no Brasil.
• Produção literária: Publicou romances e ensaios que abordam temas variados da sociedade brasileira.
• Liderança na ABL: Como presidente, incentivou o diálogo entre escritores e a valorização da literatura nacional.

Além dessas contribuições, Sandroni ocupou cargos públicos e participou de debates importantes sobre cultura e educação. Sua atuação foi reconhecida por diversas instituições e rendeu homenagens ao longo dos anos.

O legado de Cícero Sandroni na cultura brasileira

A morte de Cícero Sandroni representa o encerramento de um ciclo importante para a literatura e o jornalismo no Brasil. Seu legado permanece vivo por meio de suas obras, de sua atuação na imprensa e do trabalho realizado na Academia Brasileira de Letras.

Sandroni deixa uma referência de dedicação à cultura, à defesa da liberdade e ao compromisso com a informação de qualidade.

O velório de Sandroni será realizado na sede da ABL, reunindo familiares, amigos e admiradores que reconhecem sua importância para o país.

Sua trajetória inspira novas gerações de jornalistas e escritores, reforçando a necessidade de valorizar a cultura e a liberdade de expressão em todos os tempos.