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Milton Ribeiro entrega pedido de exoneração a Jair Bolsonaro, diz site

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4 minutos de leitura 28.03.2022 16:10 comentários
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Milton Ribeiro entrega pedido de exoneração a Jair Bolsonaro, diz site

O ministro da Educação, Milton Ribeiro (foto), pediu exoneração do cargo após esquema de lobby de pastores evangélicos junto ao gabinete para direcionar recursos a prefeituras. O ministro enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, diz o G1...

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Milton Ribeiro entrega pedido de exoneração a Jair Bolsonaro, diz site
Foto: Catarina Chaves/MEC

O ministro da Educação, Milton Ribeiro (foto), pediu exoneração do cargo após esquema de lobby de pastores evangélicos junto ao gabinete para direcionar recursos a prefeituras. O ministro enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro, diz o G1.

O Antagonista antecipou que Jair Bolsonaro já teria rifado o ministro da Educação e que poderá ser substituído por Garigham Amarante, hoje diretor de Ações Educacionais do FNDE e apadrinhado de Valdemar Costa Neto. Outro cotado é o secretário-executivo Victor Godoy.

A assessoria do MEC disse que ainda não foi informada pelo ministro, oficialmente, de tal decisão. 

Na última terça, áudio publicado pela Folha mostrou Milton Ribeiro falando em priorizar amigos de pastores a pedido de Bolsonaro. O esquema, apelidado de Bolsolão do MEC, foi revelado pelo Estadão.

Ribeiro também admitiu há pouco que autorizou o uso de sua imagem para a produção de Bíblias para a distribuição gratuita em um evento de cunho religioso no ano passado.

Mais cedo, o Estadão revelou que exemplares com fotos de Ribeiro foram distribuídos em um evento organizado pelo MEC em Salinópolis, no Pará. A impressão ainda continha fotos dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, acusados de negociar propina em troca da liberação de verba para municípios.

O ministro é alvo de um inquérito da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de favorecimentos a pastores na distribuição de verbas da pasta.

Leia íntegra da carta:

Desde o dia 21 de março minha vida sofreu uma grande transformação. A partir de notícias veiculadas na mídia foram levantadas suspeitas acerca da conduta de pessoas que possuíam proximidade com o Ministro da Educação.

Tenho plena convicção que jamais realizei um único ato de gestão na minha pasta que não fosse pautado pela correção, pela probidade e pelo compromisso com o erário. As suspeitas de que uma pessoa, próxima a mim, poderia estar cometendo atos irregulares devem ser investigadas com profundidade.

Eu mesmo, quando tive conhecimento de denúncia acerca desta pessoa, em agosto de 2021, encaminhei expediente a CGU para que a Controladoria pudesse apurar a situação narrada em duas denúncias recebidas em meu gabinete. Mais recentemente solicitei a CGU que audite as liberações de recursos de obras do FNDE, para que não haja duvida sobre a lisura dos processos conduzidos bem como da ausência de poder decisório do ministro neste tipo de atividade.

Tenho três pilares que me guiam: Minha honra, minha família e meu país. Além disso tenho todo respeito e gratidão ao Presidente Bolsonaro, que me deu a oportunidade de ser Ministro da Educação do Brasil.

Assim sendo, e levando-se em consideração os aspectos já citados, decidi solicitar ao Presidente Bolsonaro a minha exoneração do cargo, com a finalidade de que não paire nenhuma incerteza sobre a minha conduta e a do Governo Federal, que vem transformando este país por meio do compromisso firme da luta contra a corrupção.

Não quero deixar uma objeção sequer quanto ao meu comportamento, que sempre se baseou em pilares inquebrantáveis de honra, família e pátria. Meu afastamento do cargo de Ministro, a partir da minha exoneração, visa também deixar claro que quero, mais que ninguém, uma investigação completa e longe de qualquer dúvida acerca de tentativas deste Ministro de Estado de interferir nas investigações.

Tomo esta iniciativa com o coração partido, de um inocente que quer mostrar a todo o custo a verdade das coisas, porém que sabe que a verdade requer tempo. Sei de minha responsabilidade política, que muito se difere da jurídica. Meu afastamento é única e exclusivamente decorrente de minha responsabilidade política, que exige de mim um senso de país maior que quaisquer sentimentos pessoais.

Assim sendo, não me despedirei, direi um até breve, pois depois de demonstrada minha inocência estarei de volta, para ajudar meu país e o Presidente Bolsonaro na sua difícil mas vitoriosa caminhada.

Brasil acima de tudo!!! Deus acima de todos!!!

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