Militares foram recrutados para formular e executar política ineficaz na saúde, diz Gilmar Mendes
Em nota divulgada hoje, o ministro Gilmar Mendes disse que não atingiu a honra das Forças Armadas. Mas reiterou sua crítica ao recrutamento de militares “para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz” para combater a pandemia de Covid-19...
Em nota divulgada hoje, o ministro Gilmar Mendes disse que não atingiu a honra das Forças Armadas. Mas reiterou sua crítica ao recrutamento de militares “para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz” para combater a pandemia de Covid-19.
Durante live transmitida pelo YouTube no sábado (11/6), o ministro disse que “o Exército está se associando a um genocídio” ao integrar o Ministério da Saúde. Em resposta, o Ministério da Defesa chamou a declaração de Gilmar de “infundada, irresponsável e, sobretudo, leviana” e disse que vai acionar a PGR contra o ministro.
Na nota de hoje, Gilmar Mendes disse que é preciso fazer “uma interpretação cautelosa do momento atual”. Segundo ele, as Forças Armadas estão sendo chamadas a “cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado”.
“A substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas”, disse.
Leia a nota:
Ao tempo em que reafirmo o respeito às Forças Armadas brasileiras, conclamo que se faça uma interpretação cautelosa do momento atual. Vivemos um ponto de inflexão na nossa história republicana em que, além do espírito de solidariedade, devemos nos cercar de um juízo crítico sobre o papel atribuído às instituições de Estado no enfrentamento da maior crise sanitária e social do nosso tempo.
Em manifestação recente, destaquei que as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição ente de Estado.
Nenhum analista atento da situação atual do Brasil teria como deixar de se preocupar com o rumo das nossas políticas públicas de saúde. Estamos vivendo uma crise aguda no número de mortes pela COVID-19, que já somam mais de 72 mil. Em um contexto como esse, a substituição de técnicos por militares nos postos-chave do Ministério da Saúde deixa de ser um apelo à excepcionalidade e extrapola a missão institucional das Forças Armadas.
Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros.
Sentiu.
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