Militar preso nega participação em plano para matar Moraes
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo integra o grupo dos chamados kids pretos, integrantes das Forças Especiais do Exército
O tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, preso sob acusação de integrar um plano para sequestrar e assassinar o ministro Alexandre de Moraes (foto), do Supremo Tribunal Federal, negou em depoimento à Polícia Federal envolvimento no suposto esquema. O militar integra o grupo dos chamados kids pretos, integrantes das Forças Especiais do Exército.
A PF chegou ao nome de Rodrigo Azevedo depois de rastrear um chip registrado em seu nome, ativado em um celular usado no plano para matar Alexandre de Moraes. O chip foi inserido em 29 de dezembro, depois do ocorrido, e posteriormente substituído por outro, cadastrado em nome de uma terceira pessoa aleatória.
“No meio desses celulares tinha um aparelho que aparentava ser um pouco mais novo. Eu peguei esse celular e até falei, vou testar esse celular aqui, se ele estiver funcionando eu vou ficar com ele para utilizar em coisas de serviço, viagem a trabalho, etc. E aí eu fiz isso”, disse em depoimento segundo o jornal O Globo.
O tenente-coronel afirmou ainda que não se lembra de ter inserido o chip usado na ação contra Moraes ou se o chip já estava no celular.
“O celular pode ter sido utilizado por diversas outras pessoas (…) Eu não fazia ideia do que esse chip podia ter feito anteriormente. (…) Provavelmente esse chip já tava lá, eu coloquei um chip no meu nome e outro chip depois. O que eu quero deixar claro aqui é que eu não estava nesse dia 15, eu não usei o celular no dia 15, eu comecei a usar esse celular a partir do dia 20 e alguma coisa.”
Rodrigo Azevedo também integrava um grupo no WhatsApp administrado por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, onde teria expressado insatisfação com a falta de ação das Forças Armadas.
Ele justificou a mensagem como um desabafo por problemas internos, como sucateamento e efetivo reduzido. A PF mantém a acusação de que o grupo utilizava expertise militar para ações golpistas.
Operação Contragolpe
A Polícia Federal deflagrou em 19 de novembro a Operação Contragolpe para desarticular uma organização criminosa suspeita de ter planejado um golpe de Estado para impedir a posse do governo Lula.
As investigações apontam que o grupo se utilizou de elevado nível de conhecimento técnico-militar para planejar, coordenar e executar ações ilícitas entre novembro e dezembro de 2022.
Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, os agentes da Polícia Federal cumpriram cinco mandados de prisão preventiva, três mandados de busca e apreensão e 15 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, a proibição de se ausentar do país, com entrega de passaportes no prazo de 24 horas, e a suspensão do exercício de funções públicas.
O Exército acompanhou o cumprimento dos mandados.
A Operação Contragolpe foi realizada em três estados –Rio de Janeiro, Goiás e Amazonas– e no Distrito Federal.
De acordo com a PF, os fatos investigados configuram os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
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