Médicos confirmam cirurgia de Bolsonaro
Além da correção da hérnia, equipe planeja procedimento para conter crises persistentes de soluço
Os médicos de Jair Bolsonaro informaram neste domingo, 21, que o ex-presidente será submetido a uma cirurgia para correção de uma hérnia inguinal bilateral. A decisão veio após exames clínicos e de imagem confirmarem o problema, segundo nota assinada pelo cirurgião geral Claudio Birolini e pelo cardiologista Leandro Echenique.
De acordo com a equipe médica, os exames mostraram a projeção de parte do intestino para fora da parede abdominal durante a manobra de Valsalva, que aumenta a pressão interna do abdômen.
“Diante dos achados clínicos e de imagem, ele será submetido ao tratamento cirúrgico denominado herniorrafia inguinal bilateral”, diz a nota divulgada pelos médicos.
Soluços persistentes
Além da cirurgia para correção da hérnia, os médicos planejam um procedimento adicional para tentar controlar crises de soluço que se tornaram persistentes. Trata-se de um bloqueio anestésico do nervo frênico, responsável pelo movimento do diafragma, após falha do tratamento medicamentoso.
“Considerando a presença de soluços persistentes e refratários ao tratamento medicamentoso instituído, está programado, durante o período de internação hospitalar, a realização de bloqueio anestésico do nervo frênico, com a finalidade de atenuar as crises de soluços”, informaram os médicos.
A nota não aponta data para a cirurgia nem o tempo estimado de internação, mas confirma que Bolsonaro ficará hospitalizado para a realização dos dois procedimentos.
Autorização de Moraes
A intervenção foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes na última sexta-feira, após perícia da Polícia Federal indicar a necessidade do tratamento cirúrgico.
O laudo da PF concluiu que a cirurgia deve ocorrer “o mais breve possível”, mas classificou o procedimento como eletivo. Com base nisso, Moraes entendeu que não havia urgência imediata e determinou que a defesa sugerisse uma data para a realização da cirurgia.
Na mesma decisão, o ministro negou o pedido de prisão domiciliar apresentado pelos advogados do ex-presidente. Segundo Moraes, Bolsonaro mantém acesso integral a atendimento médico enquanto está custodiado na PF.
“Bolsonaro mantém plenas condições de tratamento de saúde na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde cumpre pena, em condições absolutamente similares àquelas que possuía na cumprimento da prisão domiciliar em seu endereço residencial, com prévia e genérica autorização judicial para acesso integral de todos os seus médicos, independentemente de dia ou horário.”
Bolsonaro está preso desde 22 de novembro na Superintendência Regional da Polícia Federal no Distrito Federal, onde cumpre pena de 27 anos e três meses determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo sobre tentativa de golpe de Estado.
Leia também: As justificativas de Moraes para negar domiciliar a Bolsonaro
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