O Diretório Municipal do MDB de São Paulo acionou na tarde desta sexta-feira (3) o Ministério Público (MP) Eleitoral, para pedir a investigação pelos crimes de abuso de poder político e econômico e do uso indevido dos meios de comunicação social durante o evento alusivo ao Dia do Trabalhado, realizado na capital paulista.

Como mostramos, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pediu explicitamente voto ao pré-candidato a prefeito de São Paulo pelo PSOL, Guilherme Boulos, para as eleições municipais de 2024 – o que infringe a legislação eleitoral em vigência. 

Segundo o advogado Ricardo Vita Porto, que representa a executiva municipal do MDB, “as imagens e os discursos proferidos na ocasião demonstram claramente que o evento, custeado por recursos públicos e sindicais (vedados pela lei), foi desvirtuado para um verdadeiro comício eleitoral, tendo como objetivo impulsionar a pré-candidatura de Boulos à Prefeitura de São Paulo”.

“O evento teve a cobertura da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), financiamento da Petrobrás, uma empresa controlada pelo Executivo Federal, e do Sesi, um órgão paraestatal. Além disso, o evento foi custeado e promovido por entidades sindicais, que também estão proibidas de realizarem qualquer apoio financeiro a candidaturas”, complementa o advogado do MDB.

Mais cedo, este site também revelou que o deputado federal Evair de Melo (PP-ES) apresentou um pedido de investigação ao Tribunal de Contas da União para saber se foram utilizados recursos da Lei Rouanet e da Petrobras no evento alusivo ao Dia do Trabalhador.

“Cintilam indícios de que Lula não só fez campanha antecipada para Boulos — que pode render até a cassação do registro de candidatura — como fez isso no canal estatal de televisão, e hospedado em site oficial do governo, o quais tiveram que correr para apagar a transmissão”, afirmou o parlamentar no pedido de intervenção do Tribunal de Contas da União