Malta protocola pedido para suspender recesso parlamentar por Master
Senador cobra escrutínio público imediato do Congresso após notícias ligarem Moraes a banco
O senador Magno Malta protocolou nesta sexta, 26, um pedido ao presidente do Senado, Davi Alcoumbre, para que suspenda o recesso parlamentar em razão das recentes notícias envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o Banco Master.
“Acabei de protocolar pedido para suspensão do recesso parlamentar. O Congresso não pode fechar os olhos enquanto pairam suspeitas graves envolvendo ministro do STF, Banco Master e Banco Central. Silêncio, diante de fatos graves, deixa de ser cautela e passa a ser negligência”, escreveu no X.
Na solicitação subscrita também pelos senadores Eduardo Girão e Damares Alves, o senador afirma que a medida é necessária para que o Congresso promova “escrutínio público imediato” dos fatos.
“Dirijo-me a Vossa Excelência para, com fundamento no dever constitucional de fiscalização e na preservação da credibilidade das instituições da República, solicitar a suspensão do recesso parlamentar, a fim de que o Congresso Nacional possa promover escrutínio público imediato acerca de fatos de extrema gravidade que recentemente foram noticiados e formalmente levados ao conhecimento do Ministério Público Federal”, diz trecho do documento.
Malta acrescenta que a gravidade dos fatos decorre da existência de “indícios de conflito de interesses.”
“A gravidade dos fatos decorre, especialmente, da existência de indícios de conflito de interesses, uma vez que, à época, a esposa do referido ministro mantinha contato de elevado valor com o Banco Master, abrangendo a atuação perante órgãos públicos estratégicos, inclusive aqueles sujeitos à supervisão do próprio Banco Central.”
Moraes e BC
Reportagens indicaram que Alexandre de Moraes pressionou o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, em favor do Banco Master. A informação é do Estadão.
O ministro teria procurado Gabriel Galípolo, presidente da autarquia, pelo menos seis vezes para interceder pelo Banco Master.
Em nota, Moraes afirmou que teve duas reuniões com Galípolo para discutir os efeitos da Lei Magnistky: uma em 14 de agosto e outra em 30 de setembro.
Os encontros ocorreram no STF. “Em nenhuma das reuniões foi tratado qualquer assunto ou realizada qualquer pressão referente a aquisição do BRB pelo Banco Master. Esclarece, ainda, que jamais esteve no Banco Central e que inexistiu qualquer ligação telefônica entre ambos, para esse ou qualquer outro assunto”, disse Moraes.
Suspeitas
Entre tantas negativas, Viviane e Moraes não negaram que o escritório da família tenha firmado um contrato de 129 milhões de reais com um banco que tentava escapar da liquidação extrajudicial com uma venda para o BRB, um banco público.
O ministro disse, na segunda nota publicada em menos de 24 horas para se defender, que “o escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição BRB-Master perante o Banco Central”. Mas o contrato, revelado por O Globo, previa atuação perante o BC.
Outro dado relevante: a atuação de Viviane no STF aumentou muito depois que seu marido assumiu a cadeira de juiz.
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