O presidente Lula (PT) iniciou as tratativas com partidos do centrão para realizar uma reforma ministerial.

A perspectiva é de que as discussões sejam encerradas nos próximos quinze dias. A informação foi confirmada por membros da base governista no Congresso.

O governo avança em direção a mudanças que vão definir sua nova composição após as eleições para as presidências da Câmara e do Senado.

Na última quinta-feira (16), Lula se encontrou com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. Durante o encontro, o presidente instruiu Padilha a dialogar com as legendas que ocupam cargos no governo, avaliando possíveis mudanças nas pastas já lideradas por elas, além de discutir outras solicitações e ajustes necessários.

Essa movimentação dá sinais mais claros das modificações que o presidente planeja implementar para a segunda parte de seu mandato.

Até então, havia especulações sobre alterações pontuais ou mais profundas, com a possibilidade de substituições inicialmente restritas ao PT.

No entanto, o cenário analisado no Palácio do Planalto sugere que o processo de reforma será maior do que o previsto anteriormente pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

“O presidente está concentrado em aprimorar a gestão. Portanto, há indícios de que as mudanças ocorrerão ainda neste mês, permitindo que os novos ministros tenham mais tempo para implementar as alterações que o presidente espera”, afirmou Rui Costa na ocasião.

Nesta semana, uma das primeiras mudanças no governo foi oficializada com a nomeação do marqueteiro Sidônio Palmeira para a liderança da Secretaria de Comunicação Social (Secom), substituindo Paulo Pimenta.

Essa alteração já sinaliza o tipo de ajustes estratégicos planejados para o futuro próximo.

PT sabe que vai perder espaço

O PT já admite a iminente perda de influência no governo do presidente Lula com o avanço da reforma ministerial anunciada pelo alto escalão do Planalto.

O foco do Executivo é conquistar espaço na interlocução com partidos do centrão. Segundo membros da sigla, o Executivo está disposto a entregar ao presidente da Câmara, Arhur Lira (PP-AL), o ministério da agricultura, chefiado atualmente por Carlos Fávaro (PSD).

Como mostrou O Antagonista, há entre parlamentares do PT, entusiasmo em torno da possível nomeação de Arthur Lira como ministro de Lula.

“Lira será um ótimo ministro”

O deputado Zeca Dirceu (PT-PR) já conta com a articulação do alagoano em favor do governo petista após a reforma ministerial prevista pelo Planalto para este mês. “Será um ótimo ministro. Com Lira e Hugo [Motta] jogando juntos, teremos um entrosamento importante”, disse a este site.

No momento, o PT ocupa a gestão de 12 ministérios, no total de 39 pastas distribuídas na administração federal.

Há também uma aposta na acomodação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em uma vaga na Esplanada.