Lula avalizou acordão para salvar mensaleiros, diz Pedro Corrêa
Preso há quatro anos, sendo os dez últimos meses em regime domiciliar fechado, Pedro Corrêa confirmou ao Globo que participou permanentemente de esquemas de corrupção e de compra de votos em seus quase 30 anos de vida pública. O ex-deputado federal e ex-presidente do PP condenado por corrupção e lavagem de dinheiro também detalhou um acordão para tentar salvar...
Preso há quatro anos, sendo os dez últimos meses em regime domiciliar fechado, Pedro Corrêa confirmou ao Globo que participou permanentemente de esquemas de corrupção e de compra de votos em seus quase 30 anos de vida pública.
O ex-deputado federal e ex-presidente do PP condenado por corrupção e lavagem de dinheiro também detalhou um acordão para tentar salvar todos os envolvidos no mensalão a partir da narrativa de que se tratava apenas de caixa dois.
Os idealizadores seriam dois dos mais famosos advogados do país — Márcio Thomaz Bastos e Arnaldo Malheiros Filho, mortos em 2014 e 2016, respectivamente — e Lula, o avalista.
“Não foi um acordão que funcionou. Foi invenção do Malheiros, que era advogado de Delúbio (Soares, ex-tesoureiro do PT) e transmitiu isso ao Márcio Thomaz Bastos, que o assunto do mensalão seria caixa dois. Tanto é que Lula deu uma entrevista em Paris falando sobre o negócio de caixa dois, que era errado, mas que todo mundo tinha feito, incluindo o PT. Foi um entendimento porque o Thomaz Bastos e o Malheiros achavam que era um crime menor e que estava prescrito.”
Corrêa contou ao jornal que o próprio Lula participou de reuniões com os advogados e os réus do mensalão em que a tese foi apresentada para tranquilizá-los.
“Lula dizia que não ia dar em nada, porque todos esses crimes estavam prescritos. Quem fazia muita restrição a isso era Valdemar (Costa Neto, ex-deputado e filiado ao PR). Ele falava: ‘Rapaz, isso não vai dar certo. Se prepare que vamos ser presos.’ Eu dizia: ‘Mas o homem (Lula) não está falando que vai resolver isso?'”
O homem, no caso, só “resolveu” o lado dele.
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