Líderes de Câmara e Senado afirmaram a O Antagonista que pretendem derrubar o veto do presidente Lula ao aumento de 5,4 bilhões de reais nas emendas de comissão para o Orçamento de 2024.

Como mostramos mais cedo, a solenidade de sanção da peça orçamentária ocorrerá nesta segunda-feira, 22, no Palácio do Planalto. Lula quer restabelecer para 11,3 bilhões o valor inicial das emendas de comissão. Durante a tramitação da peça orçamentária, a Comissão Mista de Orçamento elevou as emendas RP8 para 16,7 bilhões.

A informação não foi bem digerida pelos líderes, principalmente os do Centrão. Três líderes afirmaram a este site, em caráter reservado, que vão esperar a confirmação do veto para trabalhar pela derrubada dele.

“O presidente definitivamente quer começar o ano em guerra com o Congresso”, disse um importante líder do Centrão a este site em caráter reservado. “Precisamos entender qual será a justificativa de Lula. O fato é que essa medida é extremamente ruim e não ajuda nada nada na articulação política”, emendou um segundo.

A questão é que a própria base do governo Lula já trabalha com um cenário tumultuado no início de 2024. O governo federal tem adotado, desde o final de 2023, medidas que desagradaram a deputados e senadores, entre as quais a edição da MP da reoneração – após o Congresso já ter batido o martelo sobre o tema -, o veto no calendário de empenho das emendas parlamentares e a tributação de ministros religiosos.

Para conseguir elevar as emendas parlamentares em 16,7 bilhões, deputados e senadores tiraram recursos do PAC. Lula, em ano eleitoral, pretende impulsionar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento para contemplar prefeitos aliados. Por esse motivo, o presidente da República vai barrar essa elevação das emendas parlamentares.

Lula também vai argumentar a deputados e senadores que o governo federal enfrentou frustração de receitas.