Lewandowski nega perseguição da PF a Bolsonaro e a deputados
"É uma corporação independente, que não é de governo, é de Estado", disse o ministro, que participava de audiência no Senado
O ministro Ricardo Lewandowski saiu em defesa da Polícia Federal (PF) e se opôs às acusações de perseguição política feitas por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em resposta a declarações de senadores bolsonaristas, nesta terça-feira,03, Lewandowski disse que a PF toca investigações longe de aspectos ideológicos ou ingerência política: “Posso assegurar isto. E, como ex-ministro do Supremo e juiz há 34 anos, jamais admitiria um direcionamento da Polícia Federal”.
Os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) sugeriram que a PF estaria sendo usada para atacar opositores do governo Lula. O ministro respondeu que as acusações são desprovidas de provas.
“É uma corporação independente, que não é de governo, é de Estado”, disse o ministro, que participava de audiência no Senado acompanhado dos diretores da PF e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
O fim da imunidade parlamentar
Em relação a casos mais recentes de indiciamentos de deputados, como o do deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que foi indiciado por calúnia contra um delegado da PF, o ministro afirmou que a imunidade parlamentar não cobre crimes contra honra.
Apesar dos esforços do governo Lula em negar qualquer tipo de interferência política, a alegação sobre uso da PF como tornou um “instrumento político” é, cada vez mais, presente entre aqueles que se opõem à gestão atual. A confiança na independência da corporação, no entanto, continua sendo uma linha de defesa crucial do governo.
“É uma acusação bastante grave, mas que já repeli, de que a PF está atuando de forma direcionada, sobretudo contra determinadas pessoas que são alvo de inquérito. […] O STF tem uma jurisprudência pacífica, assentada, que a imunidade parlamentar não atinge os crimes contra honra”, disse.
E acrescentou: “Se, da tribuna, um deputado cometer um crime contra honra, ele não tem imunidade quanto a isso. Os inquéritos abertos pela Polícia Federal certamente levaram em consideração a não imunidade dos crimes contra honra”, acrescentou.
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