Lava Jato lamenta fala de Bolsonaro e diz que segue adiante, apesar de “forças poderosas em contrário”
A força-tarefa do MPF no Paraná, coordenada agora por Alessandro de Oliveira, acaba de soltar uma nota em reação à declaração de Jair Bolsonaro de que acabou com a Lava Jato. Para os procuradores, a fala do presidente é lamentável e demonstra desconhecimento sobre a realidade dos trabalhos...
A força-tarefa do MPF no Paraná, coordenada agora por Alessandro de Oliveira, acaba de soltar uma nota em reação à declaração de Jair Bolsonaro de que acabou com a Lava Jato. Para os procuradores, a fala do presidente é lamentável e demonstra desconhecimento sobre a realidade dos trabalhos.
Na nota, o MPF diz que “o apoio da sociedade” é “fonte primária do poder político”, bem como a adesão efetiva e coerente de todos os Poderes da República “é fundamental para que esse esforço continue e tenha êxito”.
“Os procuradores da República designados para atuar no caso reforçam o seu compromisso na busca da promoção de justiça e defesa da coisa pública, papel constitucional do Ministério Público, apesar de forças poderosas em sentido contrário.”
Leiam a íntegra:
Os membros do Ministério Público Federal integrantes da força-tarefa da Lava Jato no Paraná lamentam a fala do Presidente da República sobre ter ‘acabado’ com a operação Lava Jato. O discurso indica desconhecimento sobre a atualidade dos trabalhos e a necessidade de sua continuidade e, sobretudo, reforça a percepção sobre a ausência de efetivo comprometimento com o fortalecimento dos mecanismos de combate à corrupção.
A Lava Jato é uma ação conjunta de várias instituições de Estado no combate a uma corrupção endêmica e, conforme demonstram as últimas fases dos trabalhos, ainda se faz essencialmente necessária. Ainda ontem, na mesma data da declaração do Presidente, foi deflagrada a 76ª fase da operação, na qual houve a apreensão do equivalente a quase R$ 4 milhões em espécie em endereços de investigado pela prática de delitos contra a Petrobras.
O apoio da sociedade, fonte primária do poder político, bem como a adesão efetiva e coerente de todos os Poderes da República, é fundamental para que esse esforço continue e tenha êxito. Os procuradores da República designados para atuar no caso reforçam o seu compromisso na busca da promoção de justiça e defesa da coisa pública, papel constitucional do Ministério Público, apesar de forças poderosas em sentido contrário.
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