Kassio Marques e os 10% de Bolsonaro; Entenda Tudo Kassio Marques e os 10% de Bolsonaro; Entenda Tudo
O Antagonista

Kassio Marques e os 10% de Bolsonaro

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 23.12.2021 12:00 comentários
Brasil

Kassio Marques e os 10% de Bolsonaro

Em 2021, Kassio Marques mostrou por que é conhecido como o "nosso Kassio" pelo Centrão. Com raras exceções, o ministro do STF indicado por Jair Bolsonaro também foi terrivelmente fiel ao Planalto. Em quase 5 mil decisões, sendo mais de 4 mil monocráticas, Kassio ainda provocou alguns embates com colegas...

avatar
Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 23.12.2021 12:00 comentários 0
Kassio Marques e os 10% de Bolsonaro
Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Em 2021, Kassio Marques mostrou por que é conhecido como o “nosso Kassio” pelo Centrão. Com raras exceções, o ministro do STF indicado por Jair Bolsonaro também foi terrivelmente fiel ao Planalto.

Em quase 5 mil decisões, sendo mais de 4 mil monocráticas, o que está de acordo com a média dos ministros do Supremo, Kassio provocou alguns embates com colegas.

Em março, o ministro começou a retribuir o apoio de seu conterrâneo do Piauí Ciro Nogueira pela indicação para o Supremo. Kassio desempatou um julgamento na Segunda Turma e arquivou uma denúncia contra o Quadrilhão do PP, acompanhando Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.

O triunvirato beneficiaria uma série de acusados no colegiado. Pouco depois, a relação de amor entre eles azedou.

Em decisão monocrática, Luiz Edson Fachin anulou as condenações de Lula na Lava Jato. Com base em decisões recentes do Supremo, o ministro entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba não era competente para julgar o caso, contrariando um entendimento colegiado formado pela Corte anos antes.

No plenário, o Supremo confirmou a anulação e tornou Lula elegível novamente. Kassio foi voto vencido na ocasião.

No contexto de destruição da Lava Jato, Gilmar Mendes achou que seria o momento adequado para finalmente pautar na Segunda Turma do STF a ação da defesa do petista que defendia o reconhecimento da parcialidade de Sergio Moro no caso do triplex.

O ministro havia pedido vista ainda em 2018 e ficara sentado sobre o caso por mais de dois anos, esperando o momento para garantir que a suspeição do ex-juiz da Lava Jato fosse confirmada.

Gilmar, obviamente, votou pela parcialidade de Moro, aproveitando para fazer um verdadeiro comício político contra os procuradores da Lava Jato e citando diversas vezes as mensagens roubadas da operação. O material, sem valor probatório, veio à tona apenas em 2019, depois que ação da defesa de Lula havia sido protocolada.

Quando chegou a sua vez de votar, Kassio pediu vista. A expectativa era de que ele pudesse, assim como Gilmar, sentar sobre o caso durante vários meses. O ministro, no entanto, devolveu o caso ao colegiado semanas depois, e o julgamento foi retomado.

Kassio votou contra a suspeição de Moro, afirmando que a acusação já havia sido rejeitada em outras instâncias na Justiça e que Moro não teve direito à defesa no STF. O ministro ainda disse que as mensagens roubadas da Lava Jato não poderiam ser levadas em conta no julgamento — no que estava absolutamente certo, independentemente das razões políticas que o podem ter guiado.

O voto de Kassio provocou a ira de Gilmar Mendes, que pediu a palavra, mesmo depois de ter votado, para ofender o colega. Em um discurso que durou horas, o ministro chamou Kassio, entre outras coisas, de “covarde”.

Em meio a mais uma série de ataques à Lava Jato, Gilmar disse que citou as mensagens roubadas apenas a título de exemplo, como reforço argumentativo, e que seu voto não foi baseado nelas. Kassio preferiu não responder às ofensas, dizendo apenas que não teme ninguém.

Enquanto o Brasil passava pelo pior momento da pandemia, em abril, com as mortes chegando a 4 mil em um único dia, o ministro indicado por Bolsonaro ao STF decidiu afagar o presidente, autorizando a retomada de cultos e missas presenciais em todo o país.

O episódio causou perplexidade na maioria dos integrantes da Corte. Chegou-se até a cogitar que outro ministro derrubasse a decisão cautelar.

O caso acabou sendo levado ao Plenário e o entendimento de Kassio foi derrotado por 9 votos a 2. A proibição a cultos voltou a ser permitida.

Em uma das poucas decisões que contrariaram o desejo de Bolsonaro, Kassio negou um mandado de segurança apresentado por Kajuru para que o Senado fosse obrigado a pautar o impeachment de Alexandre de Moraes.

Em agosto, o ministro beneficiou Ciro Nogueira mais uma vez. Em julgamento na Segunda Turma, ele votou para arquivar uma denúncia da PGR contra o senador. Mais uma vez, Kassio acompanhou Lewandowski e Gilmar Mendes.

Em setembro, o indicado por Bolsonaro favoreceu o governo em mais duas decisões. O ministro suspendeu o debate sobre a constitucionalidade de ações que travavam a política armamentista, impedindo que o presidente fosse derrotado, e votou a favor do marco temporal das terras indígenas.

Kassio ainda sentou sobre um recurso do MP-RJ contra a decisão que garantiu foro privilegiado ao senador Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.

Em dezembro, o ministro pediu vista no julgamento da liminar de Luis Roberto Barroso que obriga que passageiros vindos do exterior apresentem atestado de vacinação contra a Covid, para entrar no país.

Bolsonaro reconheceu os esforços de Kassio. Em novembro, em entrevista, o presidente afirmou, referindo-se ao ministro:

Eu indiquei um para o Supremo. Vamos desconsiderar o presidente, que só em caso extremo que tem uma participação mais ativa lá. São dez que decidem lá. Hoje eu tenho 10% de mim dentro do Supremo.”

Em dezembro, Kassio pediu vista no julgamento que analisava a obrigatoriedade do passaporte da vacina contra a Covid, beneficiando Jair Bolsonaro mais uma vez.

Brasil

Alerta vermelho: Onda de calor extrema atinge diversos estados do Brasil

07.05.2024 21:10 3 minutos de leitura
Visualizar

Rei Charles teria ignorado Príncipe Harry no Reino Unido

Visualizar

Zanin não vai julgar recurso de Bolsonaro

Visualizar

Kevin Spacey ganha nova disputa judicial no caso de assédio

Visualizar

Jacarés invadem ruas de Porto Alegre

Visualizar

Previsão de chuva intensa no Rio Grande do Sul

Visualizar

Tags relacionadas

Jair Bolsonaro Kassio Marques Nunes Marques retrospectiva Retrospectiva 2021
< Notícia Anterior

Fiocruz critica 'apagão' de dados da Saúde e ataques 'inaceitáveis' à Anvisa

23.12.2021 00:00 4 minutos de leitura
Próxima notícia >

No Guarujá, Bolsonaro joga na Mega Sena da Virada

23.12.2021 00:00 4 minutos de leitura
avatar

Redação O Antagonista

O Antagonista é um dos principais sites jornalísticos de informação e análise sobre política do Brasil. Sua equipe é composta por jornalistas profissionais, empenhados na divulgação de fatos de interesse público devidamente verificados e no combate às fake news.

Suas redes

Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

Comentários (0)

Torne-se um assinante para comentar

Notícias relacionadas

Alerta vermelho: Onda de calor extrema atinge diversos estados do Brasil

Alerta vermelho: Onda de calor extrema atinge diversos estados do Brasil

07.05.2024 21:10 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Zanin não vai julgar recurso de Bolsonaro

Zanin não vai julgar recurso de Bolsonaro

07.05.2024 20:53 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Jacarés invadem ruas de Porto Alegre

Jacarés invadem ruas de Porto Alegre

07.05.2024 20:39 3 minutos de leitura
Visualizar notícia
Previsão de chuva intensa no Rio Grande do Sul

Previsão de chuva intensa no Rio Grande do Sul

07.05.2024 20:31 4 minutos de leitura
Visualizar notícia

Seja nosso assinante

E tenha acesso exclusivo aos nossos conteúdos

Apoie o jornalismo independente. Assine O Antagonista e a Revista Crusoé.