Justiça Eleitoral do RN diz haver indícios de atraso de eleitores por blitzes da PRF no 2º turno
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) afirmou à Polícia Federal haver indícios de que blitzes organizadas pela Polícia Rodoviária Federal afetaram o fluxo de eleitores no segundo turno das eleições de 2022...
O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte (TRE-RN) afirmou à Polícia Federal haver indícios de que blitzes organizadas pela Polícia Rodoviária Federal afetaram o fluxo de eleitores no segundo turno das eleições de 2022, registrou o G1.
Com base em uma amostra de 5.830 eleitores do município de Campo Grande (RN), um relatório enviado à PF indicou que as abordagens da PRF, na época comandada por Silvinei Vasques, nas estradas do Nordeste, reduto eleitoral de Lula, podem ter prejudicado a votação.
Segundo a Justiça Eleitoral, uma parte significativa dos eleitores que costumava votar pela manhã compareceu às urnas apenas à tarde, após a adoção de medidas emergenciais pela Justiça Eleitoral e o encerramento das operações da PRF.
“Em um primeiro momento, pela manhã, os mesários começaram a relatar o baixo fluxo de comparecimento de eleitoras e eleitores, encaminhando fotos das salas vazias e da inexistência de filas nos corredores das escolas”, afirmou a juíza eleitoral Erika Corrêa.
“Ao indagar sobre o baixo fluxo de eleitoras e eleitores no período matutino — em frontal discrepância com o primeiro turno, onde foram verificadas filas nas seções de votação —, foi relatado, pelos mesários e mesárias, que o baixo comparecimento seria consequência da realização de operação (blitz) por agentes PRF no município”, acrescentou.
Segundo a juíza, operações policiais inibem deslocamentos em cidades do interior, pois é comum que motoristas e veículos estejam em situação irregular ou com documentação atrasada. O receio de ter o veículo apreendido pode ter causado o baixo comparecimento no período matutino.
O relatório concluiu que essa atuação da PRF durante as eleições em Campo Grande pode ter causado um impacto significativo no deslocamento dos eleitores. Não há registros de operações semelhantes nos dois turnos das eleições de 2018, nem no primeiro turno das eleições de 2022.
A juíza eleitoral, no entanto, afirmou que não ser possível afirmar que o fenômeno foi causado exclusivamente pelas blitzes, mas a comparação com o primeiro turno, quando não houve operações policiais na cidade, indica que a atuação da PRF pode ter adiado a ida dos eleitores às seções analisadas.
O relatório foi encaminhado à corregedoria do TSE e incluído em uma das ações contra a campanha de Jair Bolsonaro. O então corregedor, ministro Benedito Gonçalves, também enviou o documento ao Ministério da Justiça e elogiou a juíza eleitoral e o servidor responsáveis por sua produção.
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