Jaques Wagner, o único voto do PT a favor da PEC do STF
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deixou seu posto na quarta-feira, 22, para reforçar a trincheira do governo Lula na votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que limita...
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deixou seu posto na quarta-feira, 22, para reforçar a trincheira do governo Lula na votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que limita decisões individuais dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Atuando como senador, Fávaro (PSD-MT) foi um dos 18 votos contrários à proposta. Já o líder do governo Lula no Senado, Jaques Wagner (BA, foto, à direita), foi um dos 52 votos favoráveis. Ninguém entendeu nada.
“Eu me orgulho de ter participado de um movimento no sentido de minimizar ou diminuir as diferenças que poderiam incomodar ou serem interpretadas equivocadamente como uma intromissão do Legislativo na corte superior”, explicou Wagner, o único petista a votar a favor da PEC, como registra a Folha.
A posição do ex-governador da Bahia fez circular pela imprensa uma série de recados, todos anônimos, que viriam desde aliados de governo até ministros do STF. Todos teriam se sentido traídos pelo voto do petista. Há quem diga até que Wagner foi decisivo para a aprovação da proposta, pois sua postura teria arrebanhado outros cinco votos favoráveis — para ser aprovada, a PEC precisaria de 49 votos, três a menos do que recebeu.
Ao votar a favor de um limite para os poderes do STF, Wagner se colocou ao lado daqueles que atuaram contra a República, na perspectiva do líder do governo Lula no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP). “Não posso colocar a minha digital e, me permita, também não pode ser colocada a digital do governo do presidente Lula [no esforço a favor da PEC], sobretudo porque o governo do presidente Lula foi resultado de uma frente ampla de brasileiros para evitar o pior”, discursou.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que patrocinou a votação, vem tentando amenizar no discurso o impacto político da PEC. “Não há nenhum tipo de afronta, e nem tampouco nenhum tipo de retaliação [ao STF], absolutamente. Eu sempre fui profundo defensor da boa relação entre os Poderes. O que nós estamos buscando fazer no Congresso Nacional é um aprimoramento da legislação e o aprimoramento da Constituição Federal, justamente pra poder garantir que os Poderes funcionem bem”, disse.
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