Izabela Patriota na Crusoé: Eles, os juízes, vistos pela sociedade
A PEC do Quinquênio não é apenas uma medida injusta, mas também um lembrete doloroso das disparidades sociais que assolam o Brasil
Em sua coluna semanal para Crusoé, Izabela Patriota destaca a PEC do Quinquênio que prevê uma parcela mensal de valorização com base nos anos de serviço para membros do Judiciário e do Ministério Público.
Quem quer bancar o aumento do salário de juízes? A situação atual do Brasil hoje se parece com uma partida de Banco Imobiliário, ou Monopoly, em que os juízes já possuem todas as propriedades e propõem uma regra para aumentar ainda mais suas fortunas a cada cinco rodadas.
A proposta de emenda constitucional, a PEC do Quinquênio, é apenas mais um capítulo na contínua saga da elite judicial brasileira. O importante para essa turma é garantir seus próprios privilégios, a despeito das necessidades judiciais da população. E é ela que sempre paga a conta.
O conceito por trás da PEC parece tão simplista quanto o nome sugere: a cada cinco anos, um aumento garantido de 5% aos membros do Judiciário, Ministério Público e Procuradorias, independentemente do desempenho ou das condições econômicas do país. O aumento, estendido até mesmo a aposentados e pensionistas, revela a desconexão entre realidade do Brasil e os interesses das classes dominantes no país. A recompensa não está ligada à melhoria da atividade judicial aos brasileiros, mas tão somente à inércia.
A PEC do Quinquênio não é apenas uma medida injusta, mas também um lembrete doloroso das disparidades sociais que assolam o Brasil. Enquanto membros do Judiciário discutem sobre os méritos dessa proposta, o resto do Brasil olha perplexo para essa demonstração descarada de patrimonialismo histórico.
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