O apresentador e pré-candidato José Luiz Datena (PSDB) já ensaia seguir os passos do presidente americano Joe Biden e desistir da sua candidatara à prefeitura de São Paulo — fato que já aconteceu tantas vezes que surgiu informalmente até o verbo datenar, para classificar esse tipo de desistência.

“Se o Biden pode desistir a qualquer momento, por que eu não posso? Desde o começo, falei: se me sacanearam, eu desisto mesmo”, disse Datena em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo nesta terça-feira, 23.

Ao jornal, o tucano afirmou que até ele desconfia de sua candidatura e impôs condições para seguir com a campanha.

“Até eu desconfio. Se continuar essa sacanagem de que o partido está conversando com outras pessoas para colocar dentro do partido sem me avisar, eu não vou ser candidato.”

A convenção do PSDB para o lançamento da candidatura de José Luiz Datena à prefeitura da capital paulista está marcada para acontecer no sábado, 27 de julho, mas o apresentador ameaça não ir:

“Se sábado eu sentir que os caras vão me encher o saco na convenção, eu não vou. Acabou.”

Fogo cruzado no PSDB

Datena aproveitou a entrevista para reclamar dos “tiros” que tem recebido de dentro do diretório municipal do PSDB de São Paulo.

“Eu tenho que ser aclamado pelo voto do povo. Está tudo certo morrer com um tiro no peito vindo do PCC ou de quem quer que seja, porque não vou usar colete à prova de balas. Mas morrer com um tiro nas costas dentro do partido? Não precisa me aclamar, mas também não precisa atirar pelas costas”, afirmou.

“Boa parte do partido debandou para o Ricardo Nunes. Dinheiro e cargo. Há alguns dias trocaram a federação [PSDB-Cidadania] inteira de São Paulo. Eu fiquei sabendo depois. Mesmo assim, continuaram essas críticas idiotas, que só podem vir do intestino do partido”, acrescentou.

Datena ainda pode ser vice de Tabata?

Sobre a possibilidade de ser vice da deputada Tabata Amaral (PSB), Datena disse que foi trocado por um minuto de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão e que ela sabia do risco de sugerir a sua mudança de partido.

“Se ela correu esse risco, me trocar por um minuto [de propaganda na TV e no rádio], ela correria o risco de o PSDB fazer uma pesquisa própria e ver que eu tinha potencial”, afirmou.

“Eu disse a ela várias vezes que não queria ir. Ela facilitou minha decisão. Me trocaram por 40 segundos, e eu não sou relógio. Não é arriscado você pegar um ativo importante da sua campanha e botar em outro lugar?”, questionou.

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