O governo do Rio de Janeiro está intensificando os esforços para lidar com o aumento do aparecimento de escorpiões na região de Porto Real, no interior do estado. Em parceria com o Instituto Vital Brazil, um plano de ação foi desenvolvido, visando a coleta desses animais peçonhentos e a capacitação dos profissionais da área de saúde das cidades afetadas.

De acordo com Claudio Maurício Vieira, biólogo e coordenador do Laboratório de Artrópodes do Instituto Vital Brazil, a presença desses animais tem se tornado cada vez mais frequente nos últimos anos, especialmente em áreas onde antes eram menos comuns. O coordenador detalhou as ações realizadas tanto em Porto Real quanto em Búzios.

Segundo reportagem da CNN Brasil, uma das estratégias-chave para lidar com essa situação é fornecer apoio teórico e prático às prefeituras, auxiliando na identificação, prevenção e controle da proliferação de escorpiões. Isso inclui a capacitação dos técnicos municipais de vigilância e agentes de saúde. Em Búzios, também foram realizadas coletas de escorpiões, o que ressalta a necessidade de medidas eficazes, explicou Vieira.

Incidentes com escorpiões

Segundo a Secretaria de Saúde do Rio, até o momento deste ano, já foram registradas 101 pessoas picadas por escorpiões em todo o estado. Dentre esses casos, 69 foram considerados leves, 17 moderados, 14 ignorados e apenas um foi classificado como grave. No ano passado, a secretaria registrou um total de 818 casos de picadas de escorpião.

De acordo com a SES-RJ, escorpiões têm sido encontrados em 38 municípios do estado do Rio. Desses, Petrópolis lidera a lista com 13 registros, seguido por Areal com 9, São Francisco de Itabapoana e Paraíba do Sul com 6 cada, Iguaba Grande com 5, Três Rios com 6, Volta Redonda com 7, Mendes com 3 e Araruama com mais 3.

Em outros 14 municípios, foram registradas duas picadas por escorpião: Campos dos Goytacazes, São João da Barra, Rio de Janeiro (capital), Rio das Flores, Pinheiral, Carmo, Natividade, Itaocara, Italva, Cambuci, Barra do Piraí, Sapucaia, Resende e Valença.

Em mais 16 municípios, foi registrado apenas um caso de picada por escorpião: Casimiro de Abreu, São Pedro da Aldeia, Nova Friburgo, Miracema, São Fidélis, Miguel Pereira, Bom Jesus do Itabapoana, Engenheiro Paulo de Frontin, Barra Mansa, Vassouras, Itaperuna, Arraial do Cabo, Quatis, Saquarema e Sumidouro.

Embora não conste na lista da SES-RJ, a cidade de Búzios confirmou o registro do primeiro caso de picada de escorpião. A vítima foi encaminhada para atendimento médico no Hospital Rodolfo Perissé e já recebeu alta. A prefeitura ressaltou a importância da população permanecer vigilante e tomar precauções ao frequentar áreas onde escorpiões possam estar presentes.

O Instituto Vital Brazil estuda as razões por trás do aumento do número de escorpiões nos últimos anos no estado do Rio de Janeiro, e as mudanças climáticas são apontadas como um dos fatores. Além de Búzios e Porto Real, o IVB já colaborou no controle desses animais em outros municípios, como Petrópolis, Rio das Flores, São Francisco do Itabapoana, São Gonçalo, Três Rios, Pinheiral, Piraí e Sapucaia.

Como se prevenir de acidentes com escorpiões e outros animais peçonhentos

• Mantenha jardins e quintais limpos, evitando o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e material de construção nas proximidades das casas.
• Evite a presença de folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbustos, bananeiras, entre outras) próximas às paredes e muros das residências. Mantenha a grama aparada e limpe periodicamente os terrenos baldios vizinhos, pelo menos em uma faixa de um a dois metros junto às casas.
• Sacuda roupas e sapatos antes de usá-los, pois os animais podem se esconder nesses locais e picar quando forem comprimidos contra o corpo. Combata a proliferação de insetos para evitar o aparecimento de escorpiões e aranhas, que se alimentam deles. Verifique também a presença de animais em hortifrútis.
• Vede frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes para impedir a circulação de aranhas dentro das residências.