Indicado do Centrão, presidente da Caixa nega interferência
O atual presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira (foto), negou que haja interferência de Lula no comando do banco estatal. Vieira está...
O atual presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira (foto), negou que haja interferência de Lula no comando do banco público. Vieira está empossado no cargo desde o início de novembro, sob indicação do Centrão.
“O presidente pediu a mim duas coisas objetivas. Ele pediu que cuidasse da população de renda menor. Ele não impôs. Ele apenas pediu que tivesse atenção. E pediu que a gente cuidasse da governança do banco”, disse Carlos Vieira em entrevista ao programa Canal Livre, no canal Band News ontem, domingo, 17 de dezembro.
O hoje dirigente foi indicado pelo Centrão para assumir a presidência da Caixa em 9 de novembro, logo após a exoneração de Rita Serrano, realizada em 25 de outubro. O Centrão também é responsável por indicações a outras diretorias do banco público.
A troca de Serrano por Vieira era um dos pleitos do PP, partido do presidente da Câmara dos Deputados, deputado Arthur Lira (AL), e foi vista como essencial para destravar a pauta do governo na Casa.
Centrão no governo
O atual presidente da Caixa é ligado ao PP há muito tempo. Em 2016, no final do mandato de Dilma Rousseff (PT), Vieira foi secretário-executivo e diretor de desenvolvimento institucional do Ministério das Cidades, então comandado por Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), aliado de Lira.
A troca no comando da Caixa avançou ainda mais após a descoberta, em meados de outubro, de que uma exposição de arte patrocinada pela Caixa apresentava uma obra em tela com a imagem de Lira em uma lata de lixo. O fato teria incomodado Lira.
Em outubro, ainda com Serrano no comando da Caixa, a Câmara tentou votar o PL que tributa offshores e fundos exclusivos. O projeto acabou sendo aprovado pelo Congresso e enviado a sanção no final de dezembro.
A chegada de Vieira no banco às custas de Serrano não apenas marcou o avanço do Centrão sobre o governo, mas também expôs o oportunismo político de Lula, que, no início de mandato, ostentou a nomeação de uma mulher para a presidência da Caixa, a quarta na história do banco.
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