O deputado Arthur Lira (PP), como acabamos de registrar, disse que o chamado orçamento impositivo fará com que 600 parlamentares — ele tentou somar 513 deputados e 81 senadores — assumam o controle de bilhões de reais em emendas, fazendo “esse papel de defender os interesses dos brasileiros na destinação desses recursos”.

O Congresso está prestes a votar os vetos de Jair Bolsonaro à lei orçamentária. Caciques partidários querem derrubar o veto 52 — entenda aqui — para garantir o controle de R$ 30,1 bilhões neste ano. O governo federal, por meio dos ministros Luiz Eduardo Ramos e Paulo Guedes, costura um acordo para reduzir esse valor pela metade — leia mais aqui.

Na semana passada, O Antagonista mostrou, com exclusividade em uma série de reportagens, o que aconteceu com os R$ 3,8 bilhões de verba extra do Ministério do Desenvolvimento Regional: esse dinheiro saiu do MDR, nos últimos dias de 2019, carimbado, principalmente, por Davi Alcolumbre e aliados do DEM e do MDB em convênios direcionados a atender interesses paroquiais — como revitalização de praças, pavimentação de ruas e construção de pontes — às vésperas das eleições municipais. Tudo isso sem critério conhecido e em detrimento da maioria dos parlamentares.

Imagine você o que a turma fará com R$ 30,1 bilhões.