Imagens do circuito interno do aeroporto de Brasília (foto) registraram o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, voltando dos Estados Unidos após recuperar o “kit ouro branco” de joias sauditas que haviam sido vendidas.

De acordo com a Polícia Federal (PF), as imagens foram feitas no dia 28 de março deste ano, um dia após Cid realizar a “operação resgate” das joias, para que elas fossem devolvidas ao Tribunal de Contas da União (TCU).

A PF diz que o relógio Rolex não estava com Cid naquele dia. Ele teria sido recomprado por Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, em outro dia. As imagens mostram o ex-ajudante de ordens na área de segurança do aeroporto. Logo em seguida, ele passa pelo scanner de segurança e, depois, aparece no saguão do terminal. De acordo com a PF, outro ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Osmar Crivelatti, esperava Cid do lado de fora para pegar as joias e levá-las ao TCU.

Na descrição da PF, os dois conversaram por mensagens e Mauro Cid se mostrou preocupado em ser parado na alfândega, “Manda cópia do cadastro dos presentes”. Crivelatti pergunta: “Desse aí?”. Cid retorna: “Isso. Caso seja parado amanhã”. Crivelatti respondeu com “ok”, segundo as investigações, Crivelatti não encontrou o cadastro das joias.

Na mochila de Cid estariam um anel, um rosário islâmico e abotoaduras de ouro. A entrega de todos os objetos, de acordo com a PF, foi concluída no dia 4 de abril, quando advogados do ex-presidente entregaram os outros objetos, por determinação do TCU, em uma agência da Caixa, em Brasília.

Wassef disse à CNN Brasil que não participou de qualquer ação para recuperar as joias vendidas pelo pai de Cid, o general da reserva Mauro Lourena Cid, e que é vítima de uma campanha de fake news.

Na última sexta-feira (11) a Polícia Federal deflagrou a Operação Lucas 12.2, durante a qual cumpriu quatro mandados de busca e apreensão contra uma suposta associação criminosa que usou a estrutura do Estado brasileiro para enriquecimento pessoal ilícito.

Além de Mauro Cid, Frederick Wassef e Osmar Crivelatti, o general da reserva Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid, também foi alvo da operação por receber, em sua conta bancária nos Estados Unidos, o dinheiro adquirido pela venda das jóias.