Com mais de 72 mil habitantes, a Rocinha, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, destaca-se como a maior favela no Brasil segundo o Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este levantamento apresenta um panorama detalhado sobre as condições de vida em comunidades urbanas classificadas como favelas, devido a características como insegurança jurídica, infraestrutura deficiente e urbanização desordenada, em um cenário onde mais de 16 milhões de brasileiros vivem nessas condições.

No Brasil, o termo favela vai além da simples ocupação irregular. Ele abrange situações de vulnerabilidade social e desafios diários em segurança e acesso a serviços públicos. A Rocinha exemplifica este complexo cenário. Considerando sua população, caso fosse uma cidade independente, superaria mais de cinco mil municípios menores em termos populacionais.

Quais são as Favelas mais Populosas do Brasil?

Os dados do IBGE revelam que, além da Rocinha, outras favelas possuem elevada densidade populacional. Após a Rocinha, Sol Nascente, em Brasília, conta com cerca de 70 mil habitantes, seguida por Paraisópolis, em São Paulo, com mais de 58 mil pessoas. É interessante observar que as vinte favelas mais populosas estão majoritariamente nas regiões Norte e Sudeste, principalmente em grandes metrópoles, refletindo um padrão de urbanização e concentração demográfica nessas áreas.

Essa concentração nas regiões Norte e Sudeste do Brasil destaca um fenômeno de desigualdade socioeconômica, onde a busca por oportunidades em grandes cidades leva populações a se estabelecerem em áreas de habitação precária. Entre as favelas mencionadas, Cidade de Deus, em Manaus, e Coroadinho, em São Luís, são exemplos significativos dessa distribuição demográfica.

Distribuição dos Domicílios nas Favelas Brasileiras

Além do número de habitantes, a distribuição dos domicílios é um aspecto relevante analisado pelo Censo do IBGE. A Rocinha novamente se destaca com mais de 30 mil domicílios, muito acima da vigésima colocada na lista, Colônia Terra Nova, em Manaus. Este dado evidencia a densidade da urbanização nas favelas e o grande desafio em prover infraestrutura adequada.

Comunidades significativas nessa análise incluem Rio das Pedras, no Rio de Janeiro, e Sol Nascente, em Brasília, ambas com expressivo número de domicílios. A concentração de residências nestas áreas reflete tanto o aumento populacional quanto as urgentes necessidades de políticas públicas que melhorem a qualidade de vida dos residentes.

Extensão Territorial versus Densidade Populacional

Analisando a extensão territorial das favelas, não se observa uma relação direta entre o tamanho da área e o número de habitantes ou domicílios. Por exemplo, a Rocinha, apesar de liderar em população e número de residências, não é uma das maiores em extensão territorial. Isto destaca a extrema densidade em algumas favelas, onde pequenas áreas abrigam grandes populações.

Dentre as maiores em extensão, Sol Nascente, em Brasília, e Coroadinho, em São Luís, são notáveis. Contudo, uma grande extensão territorial não necessariamente implica em uma maior população, refletindo os desafios urbanos característicos das favelas, que enfrentam limitações em infraestrutura e serviços adequados.

Entender essa realidade é crucial para a criação de políticas públicas eficazes que possam atender às demandas dessas comunidades, oferecendo não apenas moradia, mas também melhor acesso a serviços e segurança jurídica para seus habitantes.