Heleno teria feito monitoramento para prender Moraes, diz PF
Segundo relatório, ex-ministro do GSI teria feito o monitoramento com o coronel Mauro Cid
Relatório da Polícia Federal que embasou a operação que mira o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta quinta-feira, 8, apontou que general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), teria sido o responsável pelo monitoramento de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Além de Heleno, o núcleo de “Inteligência Paralela”, seria acompanhado pelo coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.
“Os membros teriam monitorado o itinerário, o deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal e então chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República, com o objetivo de captura e detenção, nas primeiras horas que se seguissem à assinatura do decreto de golpe de Estado”, afirmou a PF.
Em uma reunião de 5 de julho de 2022, gravada e apreendida pela PF com Mauro Cid, que fechou delação premiada, Heleno também sugeriu infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas eleitorais. O então chefe do GSI teria sido interrompido durante sua fala por Bolsonaro, que teria sugerido a ele que conversassem “em particular” sobre a atuação da Abin.
Como noticiamos, o ex-presidente Bolsonaro teria recebido a chamada minuta do golpe com a sugestão de prisão de Moraes, do também ministro Gilmar Mendes, e do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O então presidente, no entanto, teria sugerido que apenas Moraes fosse preso.
“Posteriormente foram realizadas alterações a pedido do então Presidente permanecendo a determinação de prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições”, diz o relatório da PF.
Os investigadores apontaram ainda que os voos feitos por Moraes entre os dias 14 e 31 de dezembro de 2022 foram monitorados pelos alvos da investigação.
“A análise dos dados confirmou que o ministro Alexandre de Moraes foi monitorado pelos investigados, demonstrando que os atos relacionados a tentativa de Golpe de Estado e Abolição do Estado Democrático de Direito, estavam em execução”, conclui a PF
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