O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), disse  nesta terça-feira (26) que devolveu um relógio Rolex que recebeu como presente durante viagem de comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Catar, em 2019. A declaração do militar ocorreu durante seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

“O relógio estava comigo, tinha outros que receberam relógio, o Comitê de Ética da Presidência da República foi consultado sobre o que fazer com o relógio (…), e o que veio como decisão do Comitê de Ética da Presidência foi que era um presente personalíssimo, e que nós podíamos ficar com o relógio“, disse o ex-ministro.

Em março, o Tribunal de Contas da União (TCU) notificou a Secretaria-Geral e a Comissão de Ética da Presidência da República sobre relógios de luxo recebidos pela comitiva que acompanhou o ex-presidente Bolsonaro ao país do Oriente Médio. Entre os integrantes da comitiva, estava o general Heleno.

O depoimento de Heleno foi suspenso depois que o presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), pediu a expulsão do deputado Abilio Brunini (PL-MT) do colegiado. A decisão ocorreu após o parlamentar bolsonarista interromper por diversas vezes as falas de outros parlamentares.

“Vossa Excelência vai sair do recinto agora. Solicito à segurança que retire o deputado Abilio do plenário. Está suspensa a reunião. O deputado Abilio vai ser retirado do plenário. Em caso de recusa do deputado de se retirar do plenário, o presidente suspenderá a sessão que será reaberta até que obedecida a determinação”, completou o presidente da CPMI.