Haddad desconversa sobre Lira: “Vai dar tudo certo”
Fala de Haddad vem após discurso do presidente da Câmara cheio de recados ao Palácio
Ao comentar o contundente discurso do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), na abertura dos trabalhos legislativos na segunda-feira, 5, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se limitou a dizer: “Está tudo bem. Vai dar tudo certo”. Haddad falou com jornalistas na chegada à Fazenda na tarde desta terça-feira, 6.
O ministro também negou que tenha partido dele a decisão de cancelar a reunião com líderes da Câmara também prevista para esta terça. De acordo com Haddad, o líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), pediu para adiar para uma outra data o encontro.
Ficou mantido, apenas, a reunião com líderes da base no Senado.
O encontro seria para tratar de pautas de interesse do governo que tramitam no Congresso. Entre elas está o destino da medida provisória que retoma a oneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.
O texto foi enviado pelo governo ao Congresso no ano passado. Dias antes, os parlamentares haviam derrubado o veto do presidente Lula ao projeto que estendeu o benefício até 2017, além de ter incluído prefeituras de pequeno e médio porte.
O recado de Lira
No discurso de reabertura do ano legislativo, na segunda-feira, 5, o presidente da Câmara, Arthur Lira, enviou recados diretos ao Palácio do Planalto, sinalizando que a relação entre o Legislativo e o Executivo estava mal.
Afirmou que “o Orçamento é de todas e todos brasileiros”. Usou o termo “nossas bases” para afirmar que os parlamentares é que seriam a voz do povo e declarou: “Não admitimos que sejamos criticados por isso”.
O presidente da Câmara dos Deputados ainda rebateu acusações de inércia da Casa em decorrência de disputas políticas e avisou: “Não subestime esta Mesa Diretora”.
Também no discurso, Lira cobrou publicamente pelo apoio dado ao governo para aprovação de projetos e cobrou respeito e compromisso com palavra dada.
O acirramento de ânimos vem após vetos do presidente Lula ao orçamento. Um deles corta o repasse de R$ 5,6 bilhões para emendas parlamentares de comissões.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)