Com um significativo aporte no mercado brasileiro, a montadora chinesa Great Wall Motors (GWM) está se preparando para inaugurar sua fábrica em Iracemápolis, no interior de São Paulo. Originalmente planejada para iniciar operações em maio de 2024, a produção foi reprogramada para maio de 2025. Essa alteração deve-se às complexidades enfrentadas durante a implementação e adaptação da planta industrial adquirida da Mercedes-Benz em 2021.

O investimento, inicialmente estimado em R$ 10 bilhões até o final da década, tem como objetivo posicionar a GWM como um concorrente relevante no setor automobilístico nacional. O foco está em montar veículos localmente e nacionalizar componentes, estratégia que permitirá à GWM atender a requisitos fiscais favoráveis e facilitar exportações para os mercados do Mercosul.

Planos de Produção da GWM no Brasil

A GWM iniciará sua produção no Brasil com o Haval H6, um SUV híbrido que já conquistou considerável popularidade no mercado. Em 2024, este modelo destacou-se como líder entre veículos híbridos, eletrificados e premium, superando concorrentes como o BYD Song Plus e o Toyota Corolla Cross. A capacidade de produção inicial está definida para 20 mil unidades por ano, com planos de expansão para 50 mil até 2028.

Importância da Produção Local para a GWM

A decisão da GWM de fabricar seus veículos completamente no Brasil, ao invés de importá-los semiacabados da China, é uma estratégia chave. Essa abordagem permite que a montadora não apenas cumpra os requisitos do programa federal Mover, mas também expanda rapidamente sua base de exportação. Para ser competitiva na região, uma montadora precisa alcançar pelo menos 40% de nacionalização para aproveitar os acordos tarifários no Mercosul.

Sustentabilidade no Centro das Estratégias da GWM

As tecnologias sustentáveis são uma prioridade para a GWM. Inicialmente, os veículos vendidos no Brasil terão motores híbridos a gasolina. No entanto, a inovação continua. A partir de 2026, a marca planeja incluir em seu portfólio carros híbridos flex, capazes de operar com etanol. Esse movimento está alinhado com a crescente importância do etanol na agenda de sustentabilidade do Brasil, contribuindo para a descarbonização da matriz energética nacional.

A adoção do etanol, antes vista com hesitação pelos executivos chineses, foi motivada pelas oportunidades de mercado e pela demanda por opções mais ecológicas. Assim, a GWM segue o exemplo de outras montadoras, como Volkswagen, Honda, Toyota e Stellantis, que também investem nessa tecnologia.

Benefícios das Estratégias Sustentáveis da Montadora

A incorporação do etanol na estratégia de sustentabilidade da GWM não só aprimora sua imagem perante um público cada vez mais preocupado com o meio ambiente, mas também a prepara para um futuro onde as regulamentações ambientais serão mais rigorosas. Essa abordagem pode oferecer uma vantagem competitiva, especialmente no Brasil, onde o etanol é um combustível relevante.

Em resumo, a GWM está comprometida em fortalecer sua presença no Brasil por meio de inovação e sustentabilidade. A estratégia de produção local e a introdução de veículos com tecnologia híbrida e flex representam passos importantes para consolidar a marca em um mercado cada vez mais competitivo e consciente ambientalmente.