Na proposta de Orçamento enviada nesta quarta-feira (31) ao Congresso Nacional, o poder Executivo reservou R$ 19,4 bilhões para as emendas RP 9, conhecidas como orçamento secreto. As emendas, que são do relator do Orçamento, devem manter no próximo ano o controle dos investimentos públicos na mão dos líderes da Câmara e do Senado, integrantes do Centrão.

O valor é maior que o discutido no ano passado, quando as emendas de relator somavam R$ 16,5 bilhões. O montante destinado às emendas parlamentares vem crescendo anualmente, desde que o dispositivo foi criado, em 2019.

Esse total equivale ainda a quase um quinto de todas as despesas discricionárias do Executivo, que neste ano serão de R$ 98,98 bilhões. O orçamento secreto também supera a reserva de R$ 14 bilhões destinada ao aumento do salário de servidores. 

Ainda no Orçamento deste ano, o governo não indicou aumento para o valor do Auxílio Brasil, mantendo-o em R$ 405. A promessa de Bolsonaro é que o valor seja mantido em R$ 600 após o fim do ano.