Governo Lula se isola na tentativa de ressuscitar o imposto sindical
Os planos do Ministério do Trabalho e Emprego para ressuscitar e turbinar o imposto sindical obrigatório não receberam boa acolhida fora do ambiente dos sindicatos. As entidades patronais...
Os planos do Ministério do Trabalho e Emprego para ressuscitar e turbinar o imposto sindical obrigatório não receberam boa acolhida fora do ambiente dos sindicatos. As entidades patronais rejeitaram a proposta do ministro Luiz Marinho em reunião realizada ontem (22) e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mandou avisar que o governo não deve contar com ele.
“No Congresso não passa, não. [Estaria] alterando a reforma trabalhista. O imposto sindical foi extinto na reforma trabalhista”, disse em evento com empresários na noite da última segunda-feira. Lira prometeu que a Câmara “não retroagirá” nesse assunto.
Uma consultoria chegou a medir 98% de repercussão negativa nas 32,5 mil postagens de redes sociais após os planos de Marinho serem revelados pelo jornal O Globo. Diante da resistência, o discurso do governo começou a ser modulado. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, disse, em entrevista ao portal Uol, que é a favor de uma contribuição sindical, desde que não seja obrigatória.
“Quer discutir imposto sindical? Vamos discutir todos os impostos sindicais, patronal e empregado. Por que só acabar o do empregado? Eu sou a favor que os trabalhadores tenham uma linha de financiamento. O imposto sindical é a única linha possível na realidade brasileira”, defendeu Lupi.
Na proposta em elaboração, o imposto sindical obrigatório viria atrelado às negociações salariais intermediadas pelos sindicatos. O acordo só sairia junto com a aprovação da cobrança, que poderia chegar a até 1% do salário anual, o que representaria cerca de três dias e meio de trabalho. O plano era encaminhar a proposta ao Congresso Nacional em setembro.
“Lula e o ministro do Trabalho querem escravizar o trabalhador!”, criticou o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), que relatou a reforma trabalhista no governo Michel Temer. “A tentativa do governo do PT em retomar o famigerado imposto sindical é um retrocesso inaceitável. É a iniciativa de um governo sem ideias para o país, que só pensa em um projeto ideológico de poder para si e seus aliados”, arrematou.
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