Governo do RS pede que população não faça ‘turismo desastre’
Muitas pessoas têm ido até as áreas afetadas apenas para ver como está a situação, atrapalhando o trabalho das equipes de busca
O governo do estado do Rio Grande do Sul fez um apelo à população para que evite o chamado “turismo de desastre”. As fortes chuvas que atingem a região têm causado estragos e muitas vítimas, e a prática de visitar as áreas afetadas tem prejudicado as equipes de resgate e o trabalho de assistência às pessoas atingidas.
No último domingo, 5, o vice-governador Gabriel Souza (MDB) divulgou um vídeo nas redes sociais do governo, onde pede que as pessoas não se desloquem para os locais atingidos pelos temporais. Ele ressaltou que essa ação é completamente “inadequada e condenável“.
“No meio dessa, que é a maior tragédia da história do Rio Grande do Sul, muitas mortes, dor, sofrimento. Quando a água começa a baixar, começa a surgir uma coisa completamente inadequada e condenável que é o chamado ‘turismo de desastre’. Pessoas que querem ver como está a situação nas localidades atingidas se deslocam até lá e acabam atrapalhando os grupos de busca, resgate e toda a organização de apoio e suporte humanitária às pessoas que estão sofrendo“, disse Souza
O vice-governador destacou que, quando a água começa a baixar, muitas pessoas têm ido até as áreas afetadas apenas para ver como está a situação, atrapalhando o trabalho das equipes de busca e resgate, além da organização do suporte humanitário às vítimas.
Souza enfatizou que, ao invés de praticar o turismo de desastre, é mais importante ajudar de forma efetiva. Ele convidou as pessoas a serem voluntárias, fazerem doações ou colaborarem de qualquer forma possível nesse momento tão difícil para o estado.
Situação do Rio Grande do Sul
Segundo informações da Defesa Civil, até a manhã desta terça-feira, 7, já foram confirmadas 90 mortes, 131 pessoas estão desaparecidas e 361 ficaram feridas em decorrência das chuvas. Os temporais começaram no dia 27 de abril e já afetaram mais de 1,3 milhão de pessoas no estado.
Além disso, mais de 155 mil pessoas estão desalojadas e outras 48 mil estão em abrigos. Esse número já supera a última tragédia ambiental no estado, que ocorreu em setembro de 2023 e resultou na morte de 54 pessoas.
As fortes chuvas deixaram cerca de 650 mil pessoas sem abastecimento de água e mais de 451 mil pontos do estado estão sem energia elétrica.
Escolas e rodovias afetadas
A situação também afetou o sistema educacional. A Defesa Civil informou que 790 escolas foram afetadas de alguma forma, seja por danos estruturais, problemas de acesso ou por estarem servindo como abrigo para a população atingida. Ao todo, 273.155 estudantes foram impactados em 216 municípios.
As rodovias estaduais também foram prejudicadas pelas chuvas, com bloqueios totais e parciais em 95 trechos de 41 rodovias. O Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), em conjunto com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), está trabalhando para desobstruir as vias o mais rápido possível, garantindo a mobilidade de veículos e pedestres.
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