Em um movimento que promete revolucionar a forma como as operações policiais são conduzidas e registradas em São Paulo, o governo estadual planeja lançar até maio deste ano um edital para a aquisição de 3.125 câmeras corporais de última geração. Essa medida visa substituir os modelos atualmente em uso pela Polícia Militar, agregando tecnologias avançadas que prometem maior eficiência e transparência nas ações policiais.

As câmeras corporais, apesar de serem uma ferramenta relativamente nova, já desempenham um papel crucial no registro de operações policiais, proporcionando uma camada extra de transparência e responsabilidade. Daniela Fávaro, promotora do CAOCrim, destaca a importância desses dispositivos ao mencionar que, em diversas ocorrências, a falta de imagens dificulta a avaliação e responsabilização nos casos de uso excessivo da força por parte dos agentes.

O que esperar das novas câmeras corporais?

As novas câmeras prometidas pela gestão de Tarcísio de Freitas não são apenas dispositivos de gravação. Elas vêm equipadas com funcionalidades inovadoras, como a capacidade de leitura de placas de veículos, permitindo a rápida identificação de carros roubados ou furtados. A integração de ferramentas de áudio bidirecional também promete ser um diferencial, possibilitando que os policiais solicitem apoio imediato durante suas operações.

Como a tecnologia pode mudar a segurança pública?

A implementação dessa tecnologia faz parte do Programa Muralha, onde o compartilhamento de registros áudio e vídeo com órgãos de fiscalização e controle ocorrerá de maneira automática. Essa medida visa não apenas otimizar as operações policiais mas também promover um maior nível de confiança e segurança entre a população e a força policial.

Entre avanços e controvérsias, o que diz o governo?

• • O governador Tarcísio de Freitas manifestou interesse em não apenas manter o uso das câmeras corporais, mas também em avaliar a expansão desse programa; no entanto, sua gestão anteriormente expressou um certo desestímulo quanto à priorização dessa tecnologia em detrimento de outras necessidades.

• • Sinais mistos foram dados quanto ao compromisso com a transparência e segurança, levantando debates sobre a eficácia desses dispositivos na proteção ao cidadão.

• • O desconto no orçamento de 2023 para o Programa Olho Vivo, destinado inicialmente para a expansão do uso de câmeras, gerou questionamentos sobre as prioridades atuais da administração estadual.

Como as 10.125 câmeras corporais já em uso continuarão operacionais até a completa substituição pela nova tecnologia, a expectativa se concentra na maneira como esses dispositivos se integrarão às estratégias de segurança pública do estado. Com a promessa de modernização e a recente hesitação do governo, a evolução da segurança pública em São Paulo segue no foco de intensos debates e expectativas.

A capacidade destas novas câmeras de moldar a responsabilização e eficiência das operações policiais permanece como um ponto de interesse tanto para as autoridades quanto para a população, sinalizando um período de transição na maneira como a segurança é gerida e percebida no estado.