Governador petista rebate críticas por projeto “Bíblia nas escolas”
O petista esclareceu que ninguém será obrigado a ler livro religioso algum. Segundo ele, não há problema na simples presença de livros religiosos em espaços públicos
Os deputados estaduais do Ceará aprovaram no dia 14 de agosto o projeto que propõe colocar a exemplares da Bíblia nas escolas da rede estadual de ensino. A proposta foi aprovada seis dias após o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), prometer comprar bíblias e distribuí-las em nas escolas estaduais.
O projeto, de autoria do deputado estadual Apóstolo Luiz Henrique (Republicanos), teve amplo apoio da base governista no plenário da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), que acrescentou no projeto uma emenda estendendo para outras religiões a medida de distribuição dos livros sagrados.
A polêmica em torno do projeto ficou por conta do deputado Renato Roseno (Psol), que afirmou que a proposta fere a laicidade do estado ao promover uma religião específica e da deputada Larissa Gaspar (PT), que afirmou que “escola pública não é lugar de proselitismo religioso”.
“Vai ter um corão, como vai ter uma torá”
Em entrevista ao jornal cearense O Povo, o governador Elmano de Freitas (PT) rebateu as críticas e defendeu o projeto de lei. Elmano disse não entender no quê seu apoio ao projeto fere o Estado laico já que só vai à biblioteca quem quer.
Segundo o governador petista, na biblioteca “vai ter uma Bíblia, como vai ter um Alcorão, como vai ter uma Torá, ou um livro de José de Alencar, ou de Rachel de Queiróz. As pessoas vão escolher o livro que quiserem”,
O governador disse também que era contrário ao ensino religioso nas salas de aula de escolas públicas, como prevê o projeto assinado pelo deputado Apóstolo Luiz Henrique (Republicanos) e com coautoria do deputado Evandro Leitão (PT), candidato à Prefeitura de Fortaleza.
“Eu perguntei ao deputado Apóstolo Luiz Henrique (Rep) sobre um projeto que tivesse Bíblia na escola. Eu sou da tese de que religião deve ser ensinada na família e pela própria religião. Quem quer fazer catequese, no meu caso, que sou católico, eu devo procurar o grupo de catequese da Igreja Católica e fazer o curso. É assim que eu acho que deve ser“, disse o governador.
O petista esclareceu que ninguém será obrigado a ler livro religioso algum. Segundo ele, não há problema na simples presença de livros religiosos em espaços públicos:
“Uma coisa é poder ter um livro religioso na biblioteca da escola. O povo cearense, o povo brasileiro é religioso. Na política, acho que temos que ter consciência de que fazemos parte de um povo. O Estado brasileiro deve ser laico, mas eu tenho que lembrar que sou governador de um estado brasileiro em que 80% do povo é Cristão, então eu tenho que considerar isso na hora de fazer qualquer pensamento.
Eu acho que deva ter Bíblia na escola, como eu acho que deva ter no presídio, ou em outros espaços que podemos ter. Isso faz parte da nossa cultura e da nossa formação, e confesso não entender a polêmica em torno disso“, defendeu.
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