Girão sobre oposição com Alcolumbre: “Acordão mais vergonhoso da história”
Para o senador, que disputa a presidência do Senado, partidos como o PL de Jair Bolsonaro seguem uma 'estratégia errada' ao apoiar o voto secreto e contrariar base eleitoral
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O senador Eduardo Girão (Novo-CE, foto), candidato à presidência do Senado, criticou os partidos de oposição que aderiram à campanha de Davi Alcolumbre (União-AP), favorito para suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Segundo ele, a última gestão de Alcolumbre à frente do Senado, que o revelou como articulador do centrão e operador de emendas, faz com que a eleição atual, ao atrair partidos de esquerda e direita para o mesmo lado, configure ‘o acordão mais vergonhoso da história’.
“Não tem o mínimo de coerência. O PL da censura foi o Davi Alcolumbre, como presidente, que colocou para votar. Não faz sentido esse tipo de acordão. Quem é que vai dar voz à sociedade brasileira, que quer uma mudança e está esperando o Senado se levantar há tanto tempo? Quem vai dar essa voz?”, disse a O Antagonista.
Voto secreto
Segundo o parlamentar, os líderes de oposição que fizeram a escolha por Alcolumbre estão confortáveis com o voto secreto porque assim não precisarão enfrentar a consequência de um desgaste mendiante a cobrança dos eleitores.
“Precisamos de líderes no Brasil que, ao invés de jogar a toalha, porque o voto é secreto, assumam a bandeira do voto aberto e falem com a população. Tenho certeza de que, assim, a gente ganharia, como foi em 2019 [vitória de Alcolmbre contra Calheiros], afirmou.
Estratégia errada
O parlamentar mencionou o Partido Liberal, sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro, e criticou a legenda por adotar uma estratégia equivocada ao apoiar uma campanha que privilegia o voto secreto. Ele ressaltou a ausência de líderes que coloquem de lado interesses pessoais e partidários.
“O PL tentou em 2023, esperando traição, com voto secreto, foi errado. Então, vão fazer estratégia errada de novo? Só com voto aberto a gente tem chance de tirar essa eleição de Davi Alcolumbre, que é marcada pelo acordão mais vergonhoso da história”, afirmou.
E acrescentou: “Ele[Alcolumbre] não é um personagem novo. Naquela época, ninguém sabia quem era, agora a gente já sabe: operador das emendas parlamentares, terceirizado do governo Lula. Ele faz a gestão terceirizada de emendas, como se fosse uma liderança doo governo. Se tivéssemos líderes que colocassem interesses pessoais e partidários de lado, teríamos uma oposição firme e combativa”.
Acordo na sombra
Girão destaca que suas críticas não são direcionadas à ‘pessoa’ do adversário, mas sim à sua ‘gestão’. Ele acrescenta que a possível eleição de Alcolumbre, após a presidência de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), representa o ‘continuísmo completo’ no comando do Senado.
“A saída do Pacheco e a entrada do Davi Alcolombre é o mais do mesmo. É o continuismo completo. […] Significa que nós vamos continuar com o Senado apequenado. Isso é o que significa. E todo ‘acordo é na sombra’. Ninguém sabe o que é, que acordo é. Ninguém aguenta mais isso”.
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Comentários (1)
Bernadete Sampaio
31.01.2025 09:12Concordo plenamente. Nunca o sistema será combatido assim