Garnier nega ter colocado tropas à disposição de Bolsonaro
"Senhor ministro, eu nunca usei essa expressão", disse o almirante ao ser questionado por Fux

O almirante Almir Garnier dos Santos (foto) negou nesta terça-feira, 10, em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), que tenha colocado suas tropas à disposição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para um possível golpe de Estado.
Questionado pelo ministro Luiz Fux, Garnier disse:
“Senhor ministro, eu nunca usei essa expressão.”
Em depoimento, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos Almeida Baptista Junior afirmou que o ex-chefe da Marinha colocou as tropas da força “à disposição” de Bolsonaro.
O brigadeiro também afirmou que ele e o ex-comandante do Exército, Freire Gomes, eram contrários às intenções do ex-presidente.
Segundo Baptista Junior, Garnier tinha uma posição isolada.
“O presidente abriu a palavra para nós”
No depoimento, o ministro Alexandre de Moraes perguntou ao almirante se ele teria se manifestado favoravelmente à trama golpista em reunião com Bolsonaro, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e os chefes do Exército e da Marinha.
Garnier negou.
“Não houve deliberações nem o presidente abriu a palavra para nós. Ele fez as considerações dele, pareciam mais preocupações e análises de possibilidades do que propriamente uma intenção de conduzir alguma coisa em determinada direção”, afirmou.
Minuta golpista
Questionado sobre a minuta golpista, o almirante disse o seguinte:
“Eu não vi minuta, ministro. Eu vi uma apresentação na tela de um computador. Havia um telão, onde algumas informações eram apresentadas na tela. Eu não recebi… Quando o senhor fala minuta, eu penso em papel, em um documento que lhe é entregue. Eu não recebi esse tipo de documento.”
Segundo Garnier, o conteúdo apresentado na tela “dizia respeito a pressão popular nas ruas, considerando que há insatisfação, que há pessoas na porta dos quartéis, havia alguma coisa talvez já de caminhoneiros, e havia também algumas considerações acerca, talvez, do processo eleitoral, alguma coisa ligada à forma como algumas questões eleitorais aconteceram”.
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Comentários (1)
Angelo Sanchez
10.06.2025 10:53Quanta perda de tempo com estas inquisições, tudo isto parece muito claro perseguição política. Um corrupto “descondenado” venceu as eleições e vai nos governar até 2026, as urnas foram periciadas e nada foi encontrado, o decreto de estado de exceção foi abortado e a vida segue normal.