Em mais uma crítica velada a Jair Bolsonaro, Edson Fachin, do STF, afirmou hoje que “está em curso no Brasil o processo de demolição das instituições democráticas”.

“No Brasil de hoje, não é de se espantar que um líder populista se recuse a obedecer às regras vigentes, queira suas próprias regras para disputar as eleições e se recuse a ter seu legado escrutinado pela sociedade no bojo de uma eleição política”, disse o ministro durante sua participação em evento organizado pela organização Transparência Eleitoral.

As falas foram dadas por Fachin no mesmo dia em que o jornal O Estado de S. Paulo publicou hoje reportagem sobre uma suposta ameaça à democracia que teria sido feita pelo ministro da Defesa, general Braga Netto, que nega ter feito o ataque.

Segundo o jornal, o general ligou para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e afirmou que não haveria eleição em 2022 sem o voto impresso.

O parlamentar então respondeu ao militar, e depois a Jair Bolsonaro, que apoia o governo até em uma eventual derrota eleitoral, mas que não se aventuraria em rupturas democráticas.

Fachin disse ainda que “o discurso autoritário, no Brasil e em diversos países, está trazendo para a arena pública o cavalo de troia que começa a passar pelas portas institucionais” e que “é nesta medida que se vivencia uma política hostil, antipluralista e antidemocrática”.

“Os populistas autoritários são os novos engenheiros do caos”, complementou o ministro do STF, dizendo também que hoje vivemos o início da era do “coronelismo digital”.