Exército barra promoção de Mauro Cid em meio a investigações da PF
Militar ligado a Bolsonaro é investigado por tentativa de golpe e esquema de joias; outros quatro oficiais também foram vetados
O exército brasileiro retirou o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, da lista de promoção para coronel, devido a investigações em curso conduzidas pela Polícia Federal (PF).
Cid é acusado de participação na tentativa de golpe de Estado contra a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além de envolvimento em um escândalo de joias. Outros quatro militares também foram excluídos da lista de promoção.
Esses militares, alvos da Operação Tempus Veritatis, foram vetados pela Comissão de Promoção de Oficiais do Exército. As promoções ao posto de coronel são decididas por um colegiado de generais, e Cid, que já havia sido impedido de concorrer em abril, só poderá ser considerado novamente se as investigações forem arquivadas e restrições impostas pelo STF forem suspensas. As próximas oportunidades de promoção serão em dezembro e abril de 2025.
Cid fez um acordo de delação premiada após ser preso em 2023, implicando Bolsonaro em fraudes relacionadas a cartões de vacinação. No entanto, voltou à prisão após áudios comprometedores. Ele foi libertado em maio, mantendo sua colaboração com as autoridades.
Mauro Cid: da fraude à tentativa de golpe
Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, está no centro de uma série de investigações. Entre as principais, destaca-se a fraude nos cartões de vacinação contra a Covid-19, em que ele teria inserido dados falsos sobre a imunização de Bolsonaro e sua família.
A Polícia Federal, através da Operação Venire, desvendou o esquema que levou à prisão de Cid em 2023. Além disso, ele é investigado por envolvimento no desvio de joias do acervo presidencial, objetos de grande valor que teriam sido vendidos ilegalmente com sua participação direta nos Estados Unidos.
Outro caso de grande repercussão envolve sua participação em uma tentativa de golpe de Estado, em 2022, para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Cid teria revelado em sua delação premiada detalhes de reuniões entre Bolsonaro e militares para discutir essa articulação.
Cid também é suspeito de monitorar deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes e de envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas.
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