EXCLUSIVO: "SE A DAMARES RESOLVER DEFENDER IDEOLOGIA DE GÊNERO, VAI SER DEFENESTRADA" EXCLUSIVO: "SE A DAMARES RESOLVER DEFENDER IDEOLOGIA DE GÊNERO, VAI SER DEFENESTRADA"
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EXCLUSIVO: “SE A DAMARES RESOLVER DEFENDER IDEOLOGIA DE GÊNERO, VAI SER DEFENESTRADA”

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Redação O Antagonista
8 minutos de leitura 11.11.2019 17:17 comentários
Brasil

EXCLUSIVO: “SE A DAMARES RESOLVER DEFENDER IDEOLOGIA DE GÊNERO, VAI SER DEFENESTRADA”

Na terceira parte da entrevista exclusiva de Jair Bolsonaro a O Antagonista, ele diz que o objetivo da CPI das Fake News é criar um fato para denunciá-lo. Comenta sobre o racha do PSL e as queixas de ataques nas redes sociais. "Eles sabem o que fizeram, mas culpam terceiros pelo seu insucesso. Eu tenho uma linha, não posso errar." Para Bolsonaro, quem sai da linha paga o preço...

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Redação O Antagonista
8 minutos de leitura 11.11.2019 17:17 comentários 0
EXCLUSIVO: “SE A DAMARES RESOLVER DEFENDER IDEOLOGIA DE GÊNERO, VAI SER DEFENESTRADA”
entrevista Bolsonaro

Na terceira parte da entrevista exclusiva de Jair Bolsonaro a O Antagonista, ele diz que o objetivo da CPI das Fake News é criar um fato para denunciá-lo.

Comenta sobre o racha do PSL e as queixas de ataques nas redes sociais. “Eles sabem o que fizeram, mas culpam terceiros pelo seu insucesso. Eu tenho uma linha, não posso errar.”

Para Bolsonaro, quem sai da linha paga o preço.

“Eu fiz uma campanha defendendo, por exemplo, armamento, família, liberdade religiosa, liberdade de imprensa e, quem não seguiu essa linha, não estava no governo certo. Não pode. Vamos supor que a Damares resolva defender ideologia de gênero, vai ser defenestrada. E ponto final.”

Leia também: Exclusivo: “O pacto é eu não interferir lá e eles não interferirem aqui. Mas eu engulo sapo” e Exclusivo: “A Lei de Segurança Nacional está aí para ser usada”.

 

O Antagonista – Fake News é pauta de uma CPI no Congresso, que tenta inclusive convocar assessores seus e até seu filho Carlos. Qual é a sua opinião?

Bolsonaro – A intenção do deputado Leite em São Paulo, que foi reeleito, era outra. Tanto é que depois que ela tomou outra forma, ele pediu para sair dela. Agora, ninguém apresenta uma fake news que tenha decidido eleição. Que teve fake news, muita contrainformação, teve. Mas quem foi a maior vítima? Eu. Vê se alguém além de mim foi acusado de racista, homofóbico, fascista, xenófobo? Agora, se não tivesse fake news todas, eu teria ganhado disparado no primeiro turno. Se bem que eu desconfio das eleições, de que houve fraude, desconfio tanto que nós vamos, estamos já trabalhando, para voltar ao voto impresso. Para o caso das eleições do ano que vem, está difícil, mas em 2022. Se me falam que eu usei fake news contra o PT, estaria ajudando o PT. Contra o PT, tem que divulgar é a verdade. É até piada dizer que espalharam fake news contra o Haddad. Então, me acusaram até de pagar disparos em passa de WhatsApp. Com dinheiro da onde? Alguém acha que conversei com alguém, que pedi para alguém? Até porque seria caixa 2. Não tem cabimento. O fundo extra do ano passado foi R$ 1,7 bilhão. Eu não usei nada disso. Fiz uma vaquinha, entrou R$ 4 milhões e gastei metade. Por que essa acusação estapafúrdia em cima de mim? No momento, essa CPI é para criar um fato e me denunciar. Só posso entender isso daí. Até porque os próprios deputados do PSL estão agora contra mim.

O Antagonista – Falando em PSL, a gente acompanhou o racha, a disputa pelo fundão eleitoral. O ministro Abraham Weintraub disse no Twitter que é hora de “reunificar as forças”. É possível?

Bolsonaro – De minha parte não houve ofensa a ninguém. A minha palavra que entregou certas pessoas foi transparência. Eu só quero isso, porque acontece um problema com o vereador do município no interior de um estado qualquer: a matéria já começa com “o vereador do Jair Bolsonaro…” Como existe a suspeição por parte de alguns parlamentares e não está havendo transparência, eu pedi que fosse feita uma auditoria, isso incomodou o pessoal. O partido tem um fundo grande, já vão me acusar de estar de olho no fundão. Minha caneta Compactor de presidente vale mil fundos partidários. Um ministério só meu vale 30% do PIB, pô. Eu não estou interessado. Só não quero que estoure um problema, que porventura venha estourar, e eu seja envolvido, atacado, dizendo que eu sabia e deixei correr frouxo. Resolvendo isso aí, resolveu tudo. Agora, tem um fundo partidário considerável para quem quer fazer política lá dentro. O que se quer é transparência, que esse dinheiro seja mostrado. Mas não existe racha. Não existe grupo de olavete, militar.

O Antagonista – Mas muitos dos que foram alijados ou que deixaram o governo reclamam que form defenestrados nas redes sociais e atribuem isso ao núcleo mais ideológico. Citam seu filho Carlos, o Filipe Martins. Como o sr vê essa situação?

Bolsonaro – Eles sabem o que eles fizeram, mas culpam terceiros pelo seu insucesso. Eu tenho uma linha, não posso errar. Como deputado, podia passar a mão na cabeça. Mas como presidente não posso errar. Nós temos uma lei e ninguém foi defenestrado por corrupção ou por envolvimento em algo errado, mas por questão de uma linha. Eu fiz uma campanha defendendo, por exemplo, armamento, família, liberdade religiosa, liberdade de imprensa e quem não seguiu essa linha não estava no governo certo. Não pode. Vamos supor que a Damares resolva defender ideologia de gênero, vai ser defenestrada. E ponto final. Alguns quiseram mandar no governo. Se é para errar, é para errar de acordo comigo. Então, teve gente que quis ter uma certa autoridade que não podia exercer. Teve gente que passou a ter excesso de relacionamento aí fora, que eu falei: esse tipo de relacionamento vai trazer desgaste para gente. Isso que aconteceu.

O Antagonista – O sr. faz uma autocrítica desse seu primeiro algo. Algo que tenha errado? Não só na figura do presidente, mas como governo. Onde o sr. acha que errou?

Bolsonaro – Eu queria ter mais poderes do que alguns pensam que eu tenho. Mas entendo que não posso botar tudo em prática. Até porque o Brasil é um transatlântico, não dá para dar um cavalo de pau nele. Então, a gente está fazendo o possível, em alguns ministérios eu reclamo com mais veemência quando vejo que está indo muito devagar. Por exemplo, na Secretaria de  Cultura. Estava muito devagar. O próprio Osmar Terra reconheceu que estava pesado para ele o ministério e falou: “Presidente, se for possível, passa para o Ministério da Cultura, até para tirar esse peso.” Nós mandamos para o Turismo. Quando falei com o Marcelo Antônio, disse a linha que eu quero, o perfil. E foi colocado o Roberto Alvim lá.

O Antagonista – Então o sr. acha que não tem nenhuma estratégia a ser repensada?

Bolsonaro – O que acontece é que muitos dos ministros não tinham vivência política. No começo, houve um atrito entre o Parlamento e entre eles. Isso foi se arrumando devagar. Hoje acho que está rodando direitinho. Atendendo aos parlamentares. o que foi dado para eles foram as emendas impositivas e terminaremos o ano sem contingenciamento.

O Antagonista – E quanto à fragmentação de sua base de apoio?

Bolsonaro – Vamos lá. A indicação da Tereza Cristina foi da bancada ruralista, e eles estão vibrando com ela. Até porque até pouco tempo era de um partido e muitos não tinham acesso. Na questão da Saúde com o Mandetta, a mesma coisa. Uma bancada bem menor é do Turismo, com Marcelo Antônio. Nós temos na Defesa um militar de carreira. Não tem bancada da economia, mas tem lá um economista, que é reconhecido dentro e fora do Brasil. Para o pessoal que quer seriedade e combate à corrupção, está lá o Moro. Então, essas bancadas estão tendo seus objetivos atingidos e têm o compromisso de apoiar o governo. E ninguém está pedindo para votar nenhuma maldade. Os próprios policiais militares me dizem que, se tiverem a retaguarda jurídica do excludente de ilicitude, eles dão conta da violência no Rio.

O Antagonista – Recentemente, houve a polêmica em relação à declaração do Eduardo sobre o AI-5, que foi potencializada. Tem o Carlos que de vez em quando vai para as redes, publica alguma coisa que depois o sr pede para tirar. O sr acha que neste primeiro ano de governo talvez se tenha falado mais do que o devido?

Bolsonaro – Não, o problema é que uma simples particularidade que se toma conhecimento, dá um problema terrível. Tem gente que faz agressões explícitas e não acontece nada. Se eu falo 10% do que o Lula falou, estou ferrado. Mas foram essas mídias sociais que me colocaram na Presidência. Não vamos abandoná-las. Acho que é a mídia social que mais interage no mundo, a nossa é quarta no mundo em número de seguidores. Eu e Carlos que operamos essa rede social E a responsabilidade é muito grande. Mas de vez em quando a gente erra.

O Antagonista – O Eduardo defendeu o anonimato nas redes. O sr concorda?

Tem que ser livre. Se quiser botar o CPF ali, você começa a tolher a liberdade. Cada vez mais a população está sabendo fazer o filtro. Alguns órgãos de imprensa perderam credibilidade completamente. Eu nem critico mais.

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