Exclusivo: de olho em 2022, senador se valeu do acesso a Alcolumbre para garantir verba extra do MDR
As planilhas obtidas por O Antagonista com o detalhamento das verbas extras do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) empenhadas no fim do ano passado mostram que o então ministro Gustavo Canuto, demitido neste mês, praticamente entregou a chave do cofre da pasta para Davi Alcolumbre. O senador Marcos Rogério, aliado e correligionário do presidente do Senado -- ambos são do DEM --, conseguiu garantir uma dinheirama para o seu estado, principalmente, nos dias 24 e 31 de dezembro, vésperas de Natal e do Ano Novo...
As planilhas obtidas por O Antagonista com o detalhamento das verbas extras do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) empenhadas no fim do ano passado mostram que o então ministro Gustavo Canuto, demitido neste mês, praticamente entregou a chave do cofre da pasta para Davi Alcolumbre.
O senador Marcos Rogério, aliado e correligionário do presidente do Senado — ambos são do DEM –, conseguiu garantir uma dinheirama para o seu estado, principalmente, nos dias 24 e 31 de dezembro, vésperas de Natal e do Ano Novo.
No apagar das luzes de 2019, o MDR empenhou R$ 36,6 milhões em convênios para Rondônia.
Somente para Porto Velho, a capital, foram empenhados R$ 14,3 milhões para, por exemplo, “iluminação em área rural”, “pavimentação asfáltica”, “construção de praças” e “reforma nos mercados municipais”. Outros 18 municípios serão beneficiados.
Rogério quer ser governador de Rondônia em 2022 e usou o acesso a Alcolumbre para se cacifar neste ano de eleições municipais. Ele disse à nossa reportagem que não vê problema em ter sido privilegiado na alocação de recursos do MDR. E ainda jogou a responsabilidade para o governo.
“Parece que alguns conseguiram mais do que outros. Isso é fruto do nível de articulação ou poder de cada um. Quanto a mim, vou brigar para liberar o que eu puder liberar para Rondônia. Cabe ao governo equalizar os números, de modo que todos os estados e municípios recebam.”
Como temos mostrado com exclusividade desde ontem, essa verba extra — que não entra no bojo das chamadas emendas impositivas — foi alocada em PLNs aprovados numa série de rápidas votações em dezembro e já saiu do MDR carimbado por caciques partidários em convênios direcionados a atender interesses paroquiais.
Ao todo, líderes partidários ligados preferencialmente a Davi Alcolumbre arrancaram do Executivo R$ 3,8 bilhões — sem critério conhecido e em detrimento da maioria dos parlamentares — nos últimos dias do ano passado.
“Entendo que cada parlamentar deve defender os interesses de seu estado. Quem não o faz não representa bem. Quanto a ter havido ou não trato desigual, cabe ao governo cuidar da proporcionalidade, para evitar privilégios exacerbados. Mas imaginar que todos os senadores e deputados tenham o mesmo peso político na liberação de recurso é desconhecer o nível de articulação que cada um tem”, comentou Rogério, orgulhoso de seu feito.
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